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Varejo agora emenda promoções
Redes antecipam Páscoa e farão o mesmo com Dia das Mães; intenção é trazer mais clientes para lojas
Venda de ovos começou com antecedência de 10 a 15 dias em relação à mesma data comemorativa em 2006, afirmam lojistas
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
O comércio acabou com os
intervalos entre as datas comemorativas, na ânsia de estender
o período de compras pelo
maior tempo possível. As lojas
emendam uma comemoração
na outra, e esse movimento vai
ficar ainda mais evidente para o
consumidor neste ano. A venda
de produtos para a Páscoa começou com uma antecedência
de 10 a 15 dias em relação a
2006, segundo supermercados
e lojas de departamentos.
Além disso, as lojas se preparam para colocar as promoções
de Dias das Mães nas vitrines
no início de abril, logo depois
que os ovos de chocolate forem
retirados das prateleiras.
A movimentação das lojas,
no sentido de antecipar as comemorações, vai de encontro a
um problema antigo do varejo.
São os chamados "meses-fantasmas", que se transformaram
num buraco na agenda do ano
do comércio. Esses meses não
têm nenhum tipo de apelo comercial, e o tráfego nas lojas
tende a cair.
Em março, por exemplo, a
venda de volta às aulas já aconteceu, o consumidor ainda carrega dívidas passadas -do final
do ano anterior- e a próxima
data festiva ainda está distante
(acontece apenas em abril, com
a Páscoa). Com isso, adiantar as
ações de marketing em uma ou
duas semanas ajuda a loja a "cobrir" os períodos magros.
O Wal-Mart, maior rede de
varejo do mundo, decidiu começar a vender ovos de chocolate logo após a Quarta-Feira de
Cinzas. Na rede Sam's Club,
aberta para venda no atacado e
no varejo, a comercialização
começou antes do Carnaval. A
expectativa é que a demanda
suba 15% em relação a 2006.
No ano passado, o grupo Pão
de Açúcar, dono do Extra e do
CompreBem, passou a comercializar itens para a Páscoa na
última semana de fevereiro.
Em 2007, a venda começou na
quarta-feira após o Carnaval,
no dia 21 de fevereiro. A Lojas
Americanas também começou
a vender o primeiro lotes de
ovos a partir do dia 21.
Com isso, o consumidor vai
ser alvo de promoções e ações
de mídia nas lojas por um mês e
meio, até o dia 6 de abril, data
da Páscoa. O recorde, no entanto, foi atingido no Natal de
2006. Na primeira semana de
novembro, a decoração natalina já estava pronta nos shoppings centers em geral. Foram
quase dois meses de ações de
marketing que envolveram todo o mês de novembro.
"A idéia é buscar alternativas, táticas novas que vão sendo
testadas pelo varejo. As liquidações foram antecipadas, assim
como as ações em datas fortes.
Nada mais é previsível no comércio", afirma Nabil Sahyoun,
presidente da Alshop, associação dos shoppings centers.
A estratégia das lojas passa
pela necessidade de ampliar a
movimentação de pessoas nos
pontos-de-venda e fazer o consumidor levar para casa mais
do que só o presente para a data
comemorativa. "Para o varejista, a tática tem dado resultado.
Meses tidos como fracos já ganharam algum fôlego com o aumento do tráfego nas lojas.
Mas, para o consumidor, virou
uma bela confusão", diz o consultor Antonio Ascar, da Ascar
& Associados. "Ele perdeu a noção das datas. Também já não
sabe se o que compra está em
oferta mesmo ou não."
Parte desse esforço do varejo
tem a ver com a necessidade de
girar rapidamente o estoque
-e fazer caixa para o mês seguinte- num período delicado
para o varejo brasileiro. Indicadores de venda mostram que a
receita do setor não tem crescido na mesma velocidade do aumento no volume comercializado. Em 2006, o volume vendido pelos supermercados no
país cresceu 5%, mas a receita
caiu 1,6%.
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