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Congresso apóia regime especial para serviços
MP ou projeto de lei pode acabar com polêmica
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os líderes do governo na Câmara e no Senado defendem
que sejam reconhecidos e disciplinados, possivelmente por
MP, os contratos de prestação
de serviços realizados por profissionais liberais na condição
de pessoa jurídica.
Trata-se de alternativa ao
impasse criado por um artigo
incluído pelo Congresso no
mês passado no projeto que
cria a Super-Receita -a fusão
das estruturas de fiscalização e
arrecadação dos ministérios da
Fazenda e da Previdência.
Com amplo apoio na oposição e na base de apoio ao Palácio do Planalto, a emenda impede auditores fiscais de autuar
uma pessoa jurídica quando
avaliarem que um contrato de
prestação de serviços encobre
uma relação trabalhista.
Segundo o texto, que sofre
oposição de setores do Executivo, só a Justiça do Trabalho
tem o poder de dizer se há vínculo trabalhista no contrato.
Segundo o líder no Senado,
Romero Jucá (PMDB-RR), o
governo ainda não decidiu se
sancionará ou não a emenda.
Jucá, um dos senadores que assinaram a proposta, diz apoiar
um regime especial para os
profissionais liberais que constituem pessoas jurídicas.
"O texto criou o debate, mas
ainda não resolveu a questão
-apenas remeteu a decisão para a Justiça", avalia Jucá. Falta,
argumenta o senador, definir
claramente que contratos são
aceitáveis e que alíquotas serão
aplicadas em cada caso.
Para o líder do governo na
Câmara, Beto Albuquerque
(PSB-RS), mesmo que o presidente Lula vete o artigo, o governo deveria regulamentar a
prestação de serviços em outros termos, por meio de um
projeto de lei ou uma medida
provisória.
Lula tem até o dia 16 para
sancionar integral ou parcialmente o projeto da Super-Receita. Dois ministros, Guido
Mantega (Fazenda) e Luiz Marinho (Trabalho), já defenderam publicamente o veto ao artigo sobre as pessoas jurídicas.
A emenda foi apoiada no ano
passado por 63 dos 81 senadores. Apesar da oposição da Receita, o comando governista votou a favor do texto -além de
Jucá, o então líder do governo
no Congresso, Fernando Bezerra (PTB-RN), também assinou a emenda.
Na Câmara, a emenda foi
aprovada por 304 a 146, com
apoio quase unânime de siglas
como PMDB, PP, PR e PTB,
além dos oposicionistas PSDB
e PFL. Sem uma posição do Planalto, a liderança do governo
não deu orientação de voto à
base aliada.
Os opositores da emenda
-entre os quais os auditores
fiscais e parte do sindicalismo- afirmam que o texto pode
dificultar o combate à sonegação e até ao trabalho escravo.
A polêmica, porém, vem desde o final de 2004, quando uma
MP editada no último dia útil
do ano elevou a tributação sobre os prestadores de serviços,
para reduzir o que considerava
vantagens em relação às pessoas físicas. Após mobilização
de entidades e partidos, a medida foi derrubada no Congresso.
Em 2005, a Receita chegou a
elaborar um projeto de um regime especial para os prestadores -a exemplo do que defende
Jucá hoje. Os parlamentares,
porém, rejeitaram a idéia e
aprovaram um artigo, sancionado por Lula, explicitando o
entendimento de que profissionais liberais podem ser tributados como pessoa jurídica.
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