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Mercado de cartões cresce 225% desde 2000
Transações com cartão aumentaram 233%, ao mesmo tempo em que a quantidade de cheques compensados caiu 42%
Gasto médio por operação
recua, o que indica maior
uso do dinheiro de plástico
no dia-a-dia do consumidor;
mulheres já são maioria
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Utilizar o cartão de crédito
tem sido uma prática cada vez
mais comum para os brasileiros. A crescente aceitação em
compras do dia-a-dia tem favorecido a expansão desse meio
de pagamento: já chega a 93
milhões o número de cartões
de crédito em poder dos brasileiros. Em 2000, o montante
estava em 28,6 milhões.
Hoje é possível pagar o táxi, o
jornal, o pedágio ou mesmo um
cafezinho com cartão de crédito. Além disso, nota-se nos últimos anos sua penetração em
regiões fora do eixo Rio-São
Paulo e nas classes de renda
mais baixa.
Levantamento feito pela
Itaucard a pedido da Folha
mostra que o número de transações com cartões de crédito
saltou de 720 milhões em 2000
para 2,4 bilhões em 2007 -um
aumento de 233%. O crescimento do montante transacionado acompanhou esse ritmo:
de R$ 48,4 bilhões movimentados em 2000, chegou-se a R$
183,1 bilhões no ano passado.
Apesar de a região Sudeste
seguir como a de maior destaque dentro da indústria de cartões, com 56,5% de participação no faturamento nacional
em 2007, sua relevância tem
diminuído. Em 2003, representava 63,1% do total.
Na outra ponta, quem ganhou mais destaque foi o Nordeste, que saiu de 18,7% de participação em 2003 para 22,4%
no ano passado.
"Notamos o consumidor trazendo cada vez mais o cartão
para seu dia-a-dia. Mais do que
o faturamento, tem crescido
muito o número de transações", afirma Fernando Chacon, diretor de Marketing de
Cartões do Itaú. "Temos visto
também uma penetração
maior na baixa renda."
Enquanto o mercado de cartões se expande, a utilização de
cheques rapidamente encolhe.
Os 2,63 bilhões de cheques
compensados em 2000 caíram
para 1,53 bilhão em 2007. Entre as duas datas, houve redução no número de cheques em
todos os anos.
A maior popularização do
cartão fez o gasto médio por
operação cair nos últimos anos.
De um tíquete médio (valor
de cada transação) de R$ 79 em
2003, registraram-se R$ 76,3
em média no ano passado. Ou
seja, os consumidores estão
usando mais o cartão de crédito, mas realizando operações
de menor valor.
"A indústria de plásticos tem
um universo enorme para crescer. Ainda há muito estabelecimento pequeno que não aceita
cartão, principalmente devido
aos custos. Também há muita
gente que ainda não passou a
usar o cartão em suas despesas
rotineiras", afirma Luis Miguel
Santacreu, analista financeiro
da consultoria Austin Rating.
"Na época da inflação, o cheque era muito mais usado. O
pré-datado fazia parte da vida
de muita gente."
Mulheres à frente
De 2003 para 2007, as mulheres passaram a deter a parcela maior do mercado de cartões, saindo de 47,2% para 50,8% do total no período. E o
tíquete médio dos cartões utilizado pelas mulheres é menor
que o dos homens. No ano passado, o tíquete médio das compras das mulheres ficou em R$
73,3, e o dos homens ficou em
R$ 78,9.
O número de transações feitas pelas mulheres com cartão
subiu de 513,1 milhões em 2003
para 1,14 bilhão no ano passado.
Segundo Chacon, do Itaú,
nas famílias de menor renda, "é
normal que a mulher seja a responsável pelo orçamento e pelas compras. Normalmente, ela
é a gestora e fica com o cartão".
O executivo diz que nas famílias de menor renda acontece
muitas vezes de haver só um
cartão para todos. Já na alta
renda, é normal uma pessoa ter
mais de um cartão de crédito.
Uma modalidade que tem ganhado cada vez mais espaço, especialmente na baixa renda, é a
de parcelamento sem juros. A
participação dessa modalidade
subiu na baixa renda de 31,8%
do total em 2003 para 52,5%
das operações no ano passado.
O parcelamento sem juros
surgiu há dez anos e tem se
mostrado atrativo na conquista
de novos usuários para o cartão. Para os comerciantes, nem
sempre essa modalidade é interessante, pois pode representar
a necessidade de arcar com encargos que seriam cobertos em
uma operação em que pudesse
cobrar juros.
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