São Paulo, terça-feira, 03 de março de 2009

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Relatório de comércio dos EUA critica a Rodada Doha e o Brasil

DE WASHINGTON

No primeiro relatório anual sobre comércio exterior divulgado sob o governo de Barack Obama, o escritório federal do setor reforça o temor da comunidade internacional de uma nova onda de protecionismo estimulada pela administração democrata ao endurecer o discurso em relação a Doha.
Sobre as negociações de liberalização do comércio mundial, o texto divulgado ontem pela Secretaria Especial de Comércio Exterior (USTr, na sigla em inglês) diz que ainda há interesse do país por uma conclusão positiva, mas que a atual situação prejudica os EUA.
"Será necessário corrigir o desequilíbrio nas atuais negociações", diz o texto, nas quais os EUA supostamente revelam o que estão dispostos a dar e receber mas não fica claro quanto seus trabalhadores, fazendeiros e empresários perderão.
Sobre o Brasil, mencionado 146 vezes no texto, o texto levanta todos os contenciosos comerciais entre os dois países, diz que o país é um dos líderes em reclamações na Organização Mundial do Comércio (OMC) e critica o que chama de "falta de transparência no sistema de licenciamento de importação" brasileiro.
Em outro momento, elogia a presença do Brasil "na mesa da liderança" das negociações de Doha, para então dizer: China, Brasil e Índia "têm desfrutado um novo nível de influência, e espera-se que aceitem um nível maior de responsabilidade ao tomar decisões comerciais e fazer contribuições que venham a beneficiar não só seus interesses econômicos mas também" os de outros países em desenvolvimento.
Apesar de divulgado agora, o texto foi feito em grande parte ainda sob a batuta da representante comercial do governo de George W. Bush, Susan Schwab. Ron Kirk, o indicado por Barack Obama para sucedê-la, passa por sabatina no Senado nesta semana.
O ex-prefeito de Dallas chega a sua audiência de confirmação sob uma sombra: na segunda, foi revelado que ele deixou de pagar US$ 10 mil devidos em imposto de renda por palestras dadas no início da década.


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