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Pedidos de falência são recorde nos EUA
MARCELO DIEGO
de Nova York
Apesar do crescimento econômico constante nos últimos oito anos,
o número de pedidos de falência
nos EUA aumentou 2,7% no ano
passado em relação a 1997. Foi a
terceira vez consecutiva que o índice quebrou um recorde.
O atual, referente a 1998, é de 1,44
milhão de pedidos de falência. O
crescimento maior (3,6%) aconteceu nos pedidos individuais.
De 1996 para 1997 o crescimento
havia sido de 19%. Os dados foram
divulgados pelo escritório administrativo do Departamento de
Justiça dos EUA.
As principais causas foram a tomada excessiva de empréstimos, o
mau gerenciamento de contas e a
queda não-prevista de receitas. Esse foi o caso de exportadores (que
viram os mercados asiáticos e latino-americanos se retraírem) e de
produtores agrícolas (cuja safra foi
menor que a esperada).
"O crescimento está relacionado
diretamente com o aumento de débitos provocado pela facilidade de
obtenção de dinheiro no mercado", disse Samuel Gerdano, diretor
do Instituto Americano de Falência, com sede em Washington.
"A mesma base de consumo que
ajuda a manter a economia nacional pode colocar todo o sistema em
risco se acumular dívidas que não
puder pagar depois", analisa.
O governo do país já está estudando mudanças na lei de falência
para dificultar novos pedidos neste
ano. "A lei de falência é muito
complacente", afirmou Gerdano.
Segundo o capítulo sete das leis
federais de bancarrota, o declarante de falência pode manter posse
de parte de seus bens, mesmo que a
venda do restante não abata o total
da dívida.
O capítulo 13 permite que dívidas
com a União sejam amortizadas
por vários anos. E a maioria usa o
capítulo 11, que permite a manutenção das operações financeiras
dos indivíduos e empresas mesmo
enquanto o devedor esteja negociando seu débito.
O governo quer forçar os credores a cumprir com rapidez o pagamento de suas dívidas. Na outra
ponta, pode oferecer uma nova linha de crédito a juros menores para evitar o endividamento excessivo de certos setores.
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