São Paulo, Quarta-feira, 03 de Março de 1999
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Crise no Brasil afeta indústria argentina

das agências internacionais

Os setores automotivo e siderúrgico da Argentina estão reduzindo suas produções e promovendo demissões em virtude do desaquecimento da economia do país, bastante afetada pela crise brasileira.
A Volkswagen, maior montadora da Europa, espera chegar a um acordo com os funcionários de sua fábrica na Argentina até o dia 15 deste mês para cortar cerca de 20% de sua força de trabalho, o que representa 600 funcionários.
A medida será tomada para compensar o mau desempenho das vendas para o mercado externo, sobretudo para o Brasil.
A expectativa da empresa para este ano é que haja redução de 50% nas exportações da unidade argentina em comparação ao ano passado.
A decisão da Volkswagen de demitir funcionários segue uma tendência do setor no país.
A Ford, a Fiat e a Renault já promoveram cortes em seus quadros de funcionários nos últimos meses. Com as demissões da montadora alemã, os desligamentos do setor podem chegar a 6.000.
A Acindar, uma das maiores siderúrgicas argentinas, também anunciou ontem que irá cortar sua produção em cerca de 20%.
O motivo é a queda nas vendas de automóveis e o desaquecimento da indústria de construção, grandes compradores do aço produzido pela companhia.
"Os setores que a companhia serve, particularmente as indústrias automotiva e de construção, estão sofrendo os efeitos da desvalorização da moeda brasileira, o que resultou em queda na demanda pelos produtos da Acindar", diz relatório divulgado ontem.
O governo argentino divulgou ontem uma nova estimativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto), para 3%, índice inferior aos 4,8% projetados anteriormente.
A crise financeira no Brasil também está repercutindo negativamente na arrecadação fiscal da Argentina.
Segundo dados divulgados ontem pelo governo argentino, os tributos arrecadados em fevereiro tiveram queda de 4,5% na comparação com o mesmo mês do ano passado.


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