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APLICAÇÕES
BC fixa o redutor da TR em 1,83%
Poupança vai render 1,67% até 1º de abril
GABRIEL J. DE CARVALHO
da Redação
A caderneta de poupança com
"aniversário" no dia 1º de março
vai render 1,6672% até abril. É o resultado de uma TR de 1,1614%
mais o juro mensal fixo de 0,50%.
Os percentuais foram divulgados
ontem pelo Banco Central.
Como antecipado ontem pela
Folha, o redutor da TR foi fixado
em 1,83% para março, com leve
aumento sobre o do mês anterior:
1,80%.
A explicação está na elevação dos
juros no final de fevereiro, em relação ao final de janeiro. É com base
na média dos juros dos CDBs prefixados em cinco dias úteis, os últimos de cada mês, que o BC calcula
o redutor para o mês seguinte. A
fórmula foi elaborada pelo ex-diretor Francisco Lopes.
O redutor, aplicado à média dos
juros dos CDBs prefixados, chamada TBF, resulta na TR. Como a
TBF do dia 1º ficou em 3,0127%,
basta aplicar o redutor de 1,83%
para se chegar à TR de 1,1614%
(calcule assim: 1,030127 divididos
por 1,0183).
Apesar do aumento do redutor
da TR, não se pode concluir que a
poupança está rendendo menos
neste mês. A poupança de 1,6672%
corresponde a 55,3% da TBF bruta
de 3,0127%, contra uma equivalência de 50,4% em janeiro. Na relação com a TBF líquida (descontados 20% de IR, já que a poupança é isenta) do dia 1º (23 dias úteis),
a equivalência passou de 67,4% em
fevereiro para 69,2% em março.
A comparação com a rentabilidade dos FIFs é mais complicada
porque os juros dependem do CDI
(taxa interbancária), que é apurada dia após dia. Pode-se dizer que
é taxa pós-fixada, ao contrário dos
CDBs e da poupança, prefixados.
Se os juros do CDI ontem ficarem estáveis por todo este mês, a
equivalência da poupança em
março será praticamente igual à de
fevereiro, tanto na taxa bruta
quanto na líquida.
Acontece que o mercado futuro
de DI projeta a alta dos juros do
over ao longo deste mês. Pode fechar em 3,49%, contra 3,02% pelo
over de ontem. Na hipótese de alta,
a rentabilidade dos fundos levará
boa vantagem sobre os prefixados.
No mês passado ocorreu o inverso, pois no início do mês, ainda no
tumulto provocado pela disparada
do dólar, os CDBs prefixados incorporaram uma expectativa de
juros que não se concretizou.
Na comparação das aplicações
com os juros, analistas recomendam ter como parâmetro índices
de preços ao consumidor, como o
IPC da Fipe. Índices como o IGP-M e o IGP-DI têm um perfil específico, com grande peso dos preços
no atacado de produtos transacionáveis com o exterior, mais sensíveis ao dólar. O IGP-DI de fevereiro deve superar 4%, muito acima
do que se espera do IPC-Fipe.
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