São Paulo, Quarta-feira, 03 de Março de 1999
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APLICAÇÕES
BC fixa o redutor da TR em 1,83%
Poupança vai render 1,67% até 1º de abril

GABRIEL J. DE CARVALHO
da Redação

A caderneta de poupança com "aniversário" no dia 1º de março vai render 1,6672% até abril. É o resultado de uma TR de 1,1614% mais o juro mensal fixo de 0,50%. Os percentuais foram divulgados ontem pelo Banco Central.
Como antecipado ontem pela Folha, o redutor da TR foi fixado em 1,83% para março, com leve aumento sobre o do mês anterior: 1,80%.
A explicação está na elevação dos juros no final de fevereiro, em relação ao final de janeiro. É com base na média dos juros dos CDBs prefixados em cinco dias úteis, os últimos de cada mês, que o BC calcula o redutor para o mês seguinte. A fórmula foi elaborada pelo ex-diretor Francisco Lopes.
O redutor, aplicado à média dos juros dos CDBs prefixados, chamada TBF, resulta na TR. Como a TBF do dia 1º ficou em 3,0127%, basta aplicar o redutor de 1,83% para se chegar à TR de 1,1614% (calcule assim: 1,030127 divididos por 1,0183).
Apesar do aumento do redutor da TR, não se pode concluir que a poupança está rendendo menos neste mês. A poupança de 1,6672% corresponde a 55,3% da TBF bruta de 3,0127%, contra uma equivalência de 50,4% em janeiro. Na relação com a TBF líquida (descontados 20% de IR, já que a poupança é isenta) do dia 1º (23 dias úteis), a equivalência passou de 67,4% em fevereiro para 69,2% em março.
A comparação com a rentabilidade dos FIFs é mais complicada porque os juros dependem do CDI (taxa interbancária), que é apurada dia após dia. Pode-se dizer que é taxa pós-fixada, ao contrário dos CDBs e da poupança, prefixados.
Se os juros do CDI ontem ficarem estáveis por todo este mês, a equivalência da poupança em março será praticamente igual à de fevereiro, tanto na taxa bruta quanto na líquida.
Acontece que o mercado futuro de DI projeta a alta dos juros do over ao longo deste mês. Pode fechar em 3,49%, contra 3,02% pelo over de ontem. Na hipótese de alta, a rentabilidade dos fundos levará boa vantagem sobre os prefixados.
No mês passado ocorreu o inverso, pois no início do mês, ainda no tumulto provocado pela disparada do dólar, os CDBs prefixados incorporaram uma expectativa de juros que não se concretizou.
Na comparação das aplicações com os juros, analistas recomendam ter como parâmetro índices de preços ao consumidor, como o IPC da Fipe. Índices como o IGP-M e o IGP-DI têm um perfil específico, com grande peso dos preços no atacado de produtos transacionáveis com o exterior, mais sensíveis ao dólar. O IGP-DI de fevereiro deve superar 4%, muito acima do que se espera do IPC-Fipe.


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