São Paulo, terça-feira, 03 de abril de 2001

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MEMÓRIA

Max Feffer tinha 74 anos e sofreu um infarto fulminante em sua casa às 8h de ontem; enterro será hoje às 12h

Morre diretor-presidente do grupo Suzano

DA REDAÇÃO

Morreu ontem aos 74 anos o empresário Max Feffer. Ele era diretor-presidente do grupo Suzano, empresa produtora de papel e celulose. A morte do empresário foi causada por um infarto fulminante. O empresário estava em casa por volta das 8h e se preparava para ir a seu escritório, mas morreu a caminho do hospital Albert Einstein.
Max Feffer, nascido em 11 de dezembro de 1926, era filho de Leon Feffer, fundador do grupo Suzano e considerado pela revista norte-americana "Forbes", em 1995, o quinto brasileiro mais rico.
O corpo de Max Feffer será velado até as 11h de hoje no hospital Albert Einstein e o enterro está marcado para as 12h no Cemitério Israelita do Butantã.
O engenheiro civil diplomado pela Universidade Mackenzie foi responsável pela maior revolução na indústria do papel e celulose no Brasil. Em 1951, iniciou as pesquisas para a produção de papel usando fibra de eucalipto, árvore de boa adaptação ao clima e ao solo brasileiros.
Com o sucesso das pesquisas, o Brasil deixou de ser importador de papel e passou a exportá-lo, estando hoje entre os dez maiores produtores de papel e celulose no mundo. Até hoje, o Brasil é o único país que produz papel usando fibra de eucalipto.

Expansão
O grupo cresceu com a nova tecnologia e hoje, além do setor de papel e celulose, também está envolvido nos setores petroquímico e de telecomunicações. A empresa detém parte do pólo petroquímico de Camaçari, mas quer deixá-lo para ampliar os investimentos na Rio Polímeros, um complexo gás-químico no Rio.
Feffer deixa mulher e quatro filhos. Além de empresário, era amante das artes. Gostava de artes plásticas e tocava violino. Foi secretário de Cultura do Estado de São Paulo entre 1976 e 1979, durante o governo de Paulo Egídio Martins, e era presidente da Associação Novo Teatro de São Paulo.
A família Feffer é uma das maiores incentivadoras das instituições judaicas de São Paulo. O Hospital Israelita Albert Einstein, no Morumbi, Zona Sul da cidade, recebeu grandes contribuições da família para sua construção.
A Hebraica, clube frequentado por famílias judaicas, foi construída quando um grupo de jovens sugeriu ao empresário Leon Feffer, pai de Max Feffer, que morreu em 1999, aos 96 anos, que fosse construído um clube similar ao de Buenos Aires. A Hebraica de São Paulo é hoje o maior clube de comunidade do mundo.

Origem russa
A família de Max Feffer era originária da Rússia. Leon Feffer veio para São Paulo em 1920, com a mãe, um irmão e duas irmãs. A primeira empresa que fundou no Brasil comprava papel de grandes empresas e revendia para lojas de São Paulo.
O papel era guardado no porão da casa onde morava, na rua Bresser, no Brás, centro da cidade. Mas o porão ficou pequeno e Feffer alugou uma loja na rua Rangel Pestana, no mesmo bairro.
A primeira fábrica de papel da família Feffer foi inaugurada em 1941, no bairro do Ipiranga, na zona sul de São Paulo.
Leon Feffer foi presidente do Colégio Renascença, uma escola tradicional da comunidade judaica. Exerceu, também, cargo de cônsul de Israel em São Paulo.


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