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MEMÓRIA
Max Feffer tinha 74 anos e sofreu um infarto fulminante em sua casa às 8h de ontem; enterro será hoje às 12h
Morre diretor-presidente do grupo Suzano
DA REDAÇÃO
Morreu ontem aos 74 anos o
empresário Max Feffer. Ele era diretor-presidente do grupo Suzano, empresa produtora de papel e
celulose. A morte do empresário
foi causada por um infarto fulminante. O empresário estava em
casa por volta das 8h e se preparava para ir a seu escritório, mas
morreu a caminho do hospital Albert Einstein.
Max Feffer, nascido em 11 de dezembro de 1926, era filho de Leon
Feffer, fundador do grupo Suzano
e considerado pela revista norte-americana "Forbes", em 1995, o
quinto brasileiro mais rico.
O corpo de Max Feffer será velado até as 11h de hoje no hospital
Albert Einstein e o enterro está
marcado para as 12h no Cemitério Israelita do Butantã.
O engenheiro civil diplomado
pela Universidade Mackenzie foi
responsável pela maior revolução
na indústria do papel e celulose
no Brasil. Em 1951, iniciou as pesquisas para a produção de papel
usando fibra de eucalipto, árvore
de boa adaptação ao clima e ao solo brasileiros.
Com o sucesso das pesquisas, o
Brasil deixou de ser importador
de papel e passou a exportá-lo, estando hoje entre os dez maiores
produtores de papel e celulose no
mundo. Até hoje, o Brasil é o único país que produz papel usando
fibra de eucalipto.
Expansão
O grupo cresceu com a nova tecnologia e hoje, além do setor de
papel e celulose, também está envolvido nos setores petroquímico
e de telecomunicações. A empresa detém parte do pólo petroquímico de Camaçari, mas quer deixá-lo para ampliar os investimentos na Rio Polímeros, um complexo gás-químico no Rio.
Feffer deixa mulher e quatro filhos. Além de empresário, era
amante das artes. Gostava de artes
plásticas e tocava violino. Foi secretário de Cultura do Estado de
São Paulo entre 1976 e 1979, durante o governo de Paulo Egídio
Martins, e era presidente da Associação Novo Teatro de São Paulo.
A família Feffer é uma das maiores incentivadoras das instituições judaicas de São Paulo. O
Hospital Israelita Albert Einstein,
no Morumbi, Zona Sul da cidade,
recebeu grandes contribuições da
família para sua construção.
A Hebraica, clube frequentado
por famílias judaicas, foi construída quando um grupo de jovens
sugeriu ao empresário Leon Feffer, pai de Max Feffer, que morreu
em 1999, aos 96 anos, que fosse
construído um clube similar ao de
Buenos Aires. A Hebraica de São
Paulo é hoje o maior clube de comunidade do mundo.
Origem russa
A família de Max Feffer era originária da Rússia. Leon Feffer veio
para São Paulo em 1920, com a
mãe, um irmão e duas irmãs. A
primeira empresa que fundou no
Brasil comprava papel de grandes
empresas e revendia para lojas de
São Paulo.
O papel era guardado no porão
da casa onde morava, na rua Bresser, no Brás, centro da cidade.
Mas o porão ficou pequeno e Feffer alugou uma loja na rua Rangel
Pestana, no mesmo bairro.
A primeira fábrica de papel da
família Feffer foi inaugurada em
1941, no bairro do Ipiranga, na zona sul de São Paulo.
Leon Feffer foi presidente do
Colégio Renascença, uma escola
tradicional da comunidade judaica. Exerceu, também, cargo de
cônsul de Israel em São Paulo.
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