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AMARGO
Indústria reduz tamanho do produto e reajusta preço acima da inflação; previsão é que as vendas superem as de 2003
Ovo de Páscoa fica menor e mais caro
DA REPORTAGEM LOCAL
Ovos de chocolate de 45 gramas, outros com 60 gramas e uma
volumosa quantidade de unidades que variam de 120 a 220 gramas. Nesta Páscoa a indústria reduziu o tamanho do produto, reajustou o preço -corrigiu as tabelas acima da inflação- e as lojas
pretendem vender, em média, até
20% além do verificado em 2003.
São 18,5 mil toneladas de chocolates já à venda no varejo -um
volume 3% superior ao do ano
passado- e grande parte tem peso unitário que não ultrapassa 250
gramas, de acordo com o levantamento das redes de varejo.
"No ano passado, não tínhamos
essa variedade tão grande de ovos
de pequeno porte. Hoje, por
exemplo, vendemos um item que
pesa 45 gramas a R$ 0,95. É por isso que há expectativas positivas",
diz Geraldo Monteiro, diretor de
operações do CompreBem.
Os fabricantes explicam que
não existe risco de falta de produtos neste ano. Essa questão foi levantada pelo setor nos últimos
dias, já que a produção foi apenas
3% maior que a do ano passado,
mas as lojas calculam vendas de
15% a 20% superiores.
Não haverá porque, na realidade, em 2003 a produção foi superestimada. E, portanto, o aumento de 3% neste ano foi calculado
em cima de um volume considerável produzido no passado.
Segundo a Folha apurou, em
2003 grandes supermercados ficaram com o produto parado em
estoque por dias, após o final da
Páscoa de 2003, e questionaram
até a possibilidade de devolução
de itens para a indústria.
Fornecedores esclarecem outro
ponto: no ano passado, as compras foram tímidas -segundo
dados da Fecomercio SP, entidade do setor varejista, houve retração nas vendas em relação a 2002.
Portanto, um possível crescimento agora ocorrerá em cima de
uma base de comparação fraca.
Entre os fabricantes que investiram na variedade estão os fornecedores das chamadas marcas
próprias.
O produto marca própria é fabricado por indústrias contratadas por redes varejistas e tem o
nome da loja impresso na embalagem do produto.
Interessadas nesse filão de mercado, Carrefour, Wal-Mart, Pão
de Açúcar -as três maiores redes
de varejo do país- aceleraram
seus projetos para ampliar a fabricação de ovos próprios. Na média, eles são 20% mais em conta
do que o de marcas líderes.
De qualquer forma, sofreram
aumentos nos preços, assim como os itens vendidos por grandes
fornecedores.
Neste ano, o produto sofreu reajuste acima da inflação acumulada em 12 meses. Chegam às prateleiras custando entre 8% e 10%
acima do verificado em 2003. O
IPC-Fipe acumula alta de 5% em
um ano. A alta no valor de insumos como o cacau explica a elevação.
(ADRIANA MATTOS)
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