São Paulo, terça-feira, 03 de abril de 2007

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Investidores buscam fundos mais agressivos, afirma CVM

JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO

O investidor brasileiro está mais propenso a investir em fundos de perfil mais agressivo em busca de maior rentabilidade, revela o Panorama da Indústria de Fundos, divulgado ontem pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
O número total de fundos no país cresceu 6% em 2006. As duas classes que mostraram crescimento no período foram a dos fundos multimercado (que misturam diversos tipos de investimento) e a dos fundos de ações. Cada uma das categorias registrou crescimento de 13% em 2006. Os tradicionais fundos referenciados, principalmente DI, os fundos de renda fixa e os fundos cambiais registraram queda na quantidade de produtos oferecidos.
O patrimônio dos fundos multimercado cresceu 40% e somou R$ 358,7 bilhões. Os fundos de ações tiveram alta ainda mais expressiva, de 57%, e chegaram a R$ 84,6 bilhões.
"Os investidores brasileiros de varejo estão claramente migrando a passos largos de fundos mais conservadores para os fundos multimercado e fundos de ações em busca de maior rentabilidade", afirmou Marcelo Trindade, presidente da CVM. Ele destaca que essa procura por ativos mais rentáveis é decorrente da menor valorização dos títulos públicos em um cenário de queda dos juros.
Os dados da autarquia mostram que mais investidores estão dispostos a encarar um risco mais elevado em suas aplicações. O número de cotistas dos fundos multimercado cresceu 89% no ano passado. Nos fundos de ações, a alta foi mais modesta, de 5%.
Quando se analisam apenas os dados dos fundos de varejo, que reúnem fundos com mais de 2.000 investidores, o crescimento dessas categorias de fundos fica mais evidente. Em 2006, o Ibovespa registrou alta de 33%. Nesse mesmo período, o patrimônio dos fundos multimercado teve expansão de 256%, e o de ações, de 100%.
A pesquisa indica que a indústria de fundos no país continua concentrada, o que normalmente se traduz em custos mais elevados para o consumidor. Os dez maiores administradores reúnem 76% do patrimônio líquido e 92% do número de cotistas.


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