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Investidores buscam fundos mais agressivos, afirma CVM
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
O investidor brasileiro está
mais propenso a investir em
fundos de perfil mais agressivo
em busca de maior rentabilidade, revela o Panorama da Indústria de Fundos, divulgado
ontem pela CVM (Comissão de
Valores Mobiliários).
O número total de fundos no
país cresceu 6% em 2006. As
duas classes que mostraram
crescimento no período foram
a dos fundos multimercado
(que misturam diversos tipos
de investimento) e a dos fundos
de ações. Cada uma das categorias registrou crescimento de
13% em 2006. Os tradicionais
fundos referenciados, principalmente DI, os fundos de renda fixa e os fundos cambiais registraram queda na quantidade
de produtos oferecidos.
O patrimônio dos fundos
multimercado cresceu 40% e
somou R$ 358,7 bilhões. Os
fundos de ações tiveram alta
ainda mais expressiva, de 57%,
e chegaram a R$ 84,6 bilhões.
"Os investidores brasileiros
de varejo estão claramente migrando a passos largos de fundos mais conservadores para os
fundos multimercado e fundos
de ações em busca de maior
rentabilidade", afirmou Marcelo Trindade, presidente da
CVM. Ele destaca que essa procura por ativos mais rentáveis é
decorrente da menor valorização dos títulos públicos em um
cenário de queda dos juros.
Os dados da autarquia mostram que mais investidores estão dispostos a encarar um risco mais elevado em suas aplicações. O número de cotistas dos
fundos multimercado cresceu
89% no ano passado. Nos fundos de ações, a alta foi mais modesta, de 5%.
Quando se analisam apenas
os dados dos fundos de varejo,
que reúnem fundos com mais
de 2.000 investidores, o crescimento dessas categorias de
fundos fica mais evidente. Em
2006, o Ibovespa registrou alta
de 33%. Nesse mesmo período,
o patrimônio dos fundos multimercado teve expansão de
256%, e o de ações, de 100%.
A pesquisa indica que a indústria de fundos no país continua concentrada, o que normalmente se traduz em custos
mais elevados para o consumidor. Os dez maiores administradores reúnem 76% do patrimônio líquido e 92% do número de cotistas.
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