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EUA criticam barreiras impostas pelo Brasil
Relatório afirma que tarifas podem dobrar custos
DA REDAÇÃO
O Brasil é um dos 63 países
criticados em relatório do governo dos EUA por impor barreiras à importação de produtos americanos. O estudo
anual, feito pelo USTr (equivalente ao Ministério do Comércio Exterior e comandado por
Susan Schwab), leva em conta
não só tarifas comerciais mas
itens como proteção à propriedade intelectual e medidas sanitárias.
O relatório, apresentado ontem ao Congresso dos EUA, diz
que as tarifas impostas pelo
Brasil podem dobrar os custos
para a exportação de itens ao
país e que, aliadas aos altos impostos, criaram um grande
mercado pirata, no caso de
computadores e outros produtos do setor de tecnologia.
Ele também critica a TEC
(Tarifa Externa Comum) do
Mercosul, que, para Washington, prejudica as exportações
de produtos agrícolas e equipamentos de telecomunicação,
entre outros itens.
Schwab esteve no início do
mês passado no Brasil e apresentou em encontro na Fiesp
(Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo) uma lista
com um pedido de uma ampla
queda tarifária -na maioria
dos casos, para zero- de diversos produtos industriais fabricados no Brasil. A lista da representante abrangia setores
como produtos químicos, eletrônicos e hospitalares.
Uma das reclamações apresentadas ontem pelo governo
americano é em relação à dificuldade dos empresários de
conseguir informações sobre as
licenças necessárias para exportar produtos que não não fazem parte do regime de "importação automática" e, portanto, precisam de autorização
de ministérios ou agências.
"Essas medidas tornaram a
exportação para o Brasil menos
transparente e mais embaraçosa para os exportadores dos Estados Unidos", afirma o estudo.
Ainda de acordo com o documento, os empresários americanos se queixam da burocracia
e das documentações "onerosas" exigidas para que um produto americano entre no país.
A demora para o registro de
medicamentos pela Anvisa
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é um dos exemplos apontados pelo USTr.
Além de criticar o tempo para a aprovação de novas versões
de remédios já existentes ("de
três a seis meses"), o relatório
reclama que a aprovação de remédios no Brasil pode durar
um ano porque a Anvisa exige
uma série de testes, "independentemente se a droga foi aprovada ou não pelo FDA [agência
americana que regulamenta
medicamentos]".
Sobre a pirataria, o documento afirma que ela continua
a ser um "sério problema", mas
que as autoridades brasileiras
fizeram progressos consideráveis na área. Em visita ao Brasil,
em fevereiro, o secretário da
Justiça, Alberto Gonzales, disse
que o país deveria fazer mais
para combater a pirataria.
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