São Paulo, terça-feira, 03 de abril de 2007

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Coréia do Sul e EUA fecham acordo comercial

Lee Jin-man/Associated Press
Sul-coreano segura placa contra acordo com os EUA, em Seul


ANNA FIFIELD
EOIN CALLAN
DO "FINANCIAL TIMES", EM SEUL

Washington e Seul fecharam ontem acordo quanto a um tratado comercial histórico, que vai liberalizar dramaticamente o comércio entre os dois países e dar aos norte-americanos um ponto de entrada para a economia do nordeste da Ásia, enquanto ajuda os sul-coreanos a modernizar sua economia.
Trata-se do maior acordo comercial para os EUA desde Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte), com Canadá e México, e levará à eliminação de cerca de 95% das tarifas que existem entre os dois países, em prazo de três anos, segundo os negociadores.
O acordo pode gerar uma onda de tratados comerciais em toda a Ásia e é considerado essencial para manter viva a política comercial americana, diante do crescente descontentamento quanto aos benefícios do livre comércio.
O acordo ainda precisa ser ratificado pelo Congresso dos EUA e pela Assembléia Nacional sul-coreana, onde é provável que enfrente dificuldades. O acordo foi fechado minutos antes do fim do prazo predeterminado para que o presidente George W. Bush notificasse o Congresso de sua intenção de ratificar o tratado antes que expirasse o "fast track" (autoridade de negociar acordos de comércio sem interferência do Congresso), o que restringe o poder da oposição de aprovar ou vetar o tratado. Bush enviou uma carta à liderança democrata dizendo que ele "reforçaria ainda mais a vigorosa parceria entre Estados Unidos e Coréia do Sul, que serviu como força para a estabilidade e a prosperidade da Ásia".
Os democratas condenaram o acordo imediatamente, especialmente os de Estados dependentes da agricultura e da indústria automobilística, que saíram prejudicados com o acordo. A senadora Debbie Stabenow (Michigan) disse que faria "tudo o que me for possível para derrotar esse acordo". Pelo acordos, as tarifas sobre todos os veículos com motores de menos de três litros de cilindrada serão eliminadas imediatamente, e, para os motores maiores, elas serão reduzidas gradualmente até o cancelamento final, em três anos.
O arroz foi excluído do acordo, respeitando os desejos de Seul, que se comprometeu a retomar a importação de carne bovina americana.


Tradução de PAULO MIGLIACCI

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