São Paulo, terça-feira, 03 de abril de 2007

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análise

Slim pode ter chance única de dominar Brasil

DO "FINANCIAL TIMES", NA CIDADE DO MÉXICO

A América Móvil, do mexicano Carlos Slim, tem "uma oportunidade única" de ter posição dominante no mercado brasileiro, por meio da aquisição da Telecom Italia, segundo analistas.
Jesús Romero, do banco Merrill Lynch, destacou como a América Móvil poderia usar seus planos conjuntos com a AT&T para criar a maior operadora brasileira de telefonia móvel.
Romero disse que a América Móvil, que tem 125 milhões de assinantes de telefonia móvel, principalmente na América Latina, poderia fundir suas operações brasileiras com as da Telecom Italia. A Claro, da América Móvil, é a terceira maior operadora de telefonia móvel brasileira, e a TIM Brasil, da Telecom Italia, a segunda. Uma fusão as levaria a superar a Vivo, maior operadora de telefonia móvel brasileira, uma parceria entre a Telefónica da Espanha e a Portugal Telecom.
Caso o acordo entre AT&T, América Móvil e Pirelli seja concluído, ele colocará forte pressão sobre a Telefónica para que ela assegure o controle integral da Vivo.
Pessoas próximas à Portugal Telecom afirmaram no mês passado que ela poderia estar disposta a vender à Telefónica sua participação na Vivo. A Telefónica em março encerrou suas discussões com a Pirelli, que se concentravam na possibilidade de que o grupo espanhol adquirisse uma participação na Olimpia e formasse uma aliança com a Telecom Italia.
As operações da Telefónica se sobrepõem às da Telecom Italia na Argentina e Alemanha, além do Brasil. Mas a AT&T não tem sobreposição com relação ao grupo italiano, disse Ottavio Adorisio, do UBS. Nick Delfas, analista do Morgan Stanley, disse que a justificativa para o interesse da América Móvel na Telecom Italia era "clara", mas que no caso da AT&T ela "era menos óbvia".
Delfas disse que, para a AT&T, tomar uma grande operadora européia de telecomunicações como alvo "seria uma profunda mudança de estratégia". A AT&T disse que o acordo proposto com a Olimpia era parte de uma iniciativa para garantir que ela possa apoiar empresas multinacionais onde quer que operem, oferecendo-lhes uma gama completa de serviços.
A AT&T precisa desenvolver relacionamentos com grupos de telecomunicações fora dos Estados Unidos para oferecer aos usuários acesso local à sua rede mundial. Sob Ed Whitacre, presidente-executivo da AT&T, a empresa se tornou o maior grupo americano de telecomunicações por meio de uma série de aquisições.


Tradução de PAULO MIGLIACCI

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