São Paulo, Sábado, 03 de Abril de 1999
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EVENTO
David Landes defende supremacia ocidental
Professor faz uma releitura da história

GILSON SCHWARTZ
da Equipe de Articulistas

A história do capitalismo, reescrita várias vezes, acaba de ganhar mais uma releitura, assumidamente conservadora e europocêntrica. Já na sua segunda edição brasileira pela Editora Campus, "A Riqueza e a Pobreza das Nações", de David S. Landes, foi o centro do debate promovido pela Folha na semana passada, junto com o Nupri (Núcleo de Pesquisa em Relações Internacionais) da Universidade de São Paulo e com a participação do economista Sérgio Buarque de Holanda Filho, da FEA (Faculdade de Economia e Administração). O evento contou ainda com o apoio da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
A interpretação de Landes sublinha os avanços tecnológicos ocidentais, mesmo em campos onde a civilização oriental ou a islâmica tinham feito avanços anteriores, como no uso da pólvora ou da ótica.
"Os chineses dominavam a pólvora, mas a usavam para fazer fogos de artifício", advertiu o professor da Universidade Harvard. Mas somente os europeus foram capazes de fazer uso militar da pólvora. O professor Buarque de Holanda Filho ressaltou a influência de economistas como Joseph A. Schumpeter na visão de Landes, assim como do sociólogo Max Weber.
Mas, na sua própria visão, uma das consequências da obra de Landes é uma necessária reavaliação da questão nacional como elemento decisivo no processo de desenvolvimento das nações.
Há fatores técnicos, como o desenvolvimento precoce de uma indústria de armas nos EUA, ainda durante o período colonial. Mas o recurso ao protecionismo teria sido importante elemento diferenciador, segundo o professor da FEA-USP.


Texto Anterior: Desemprego nos EUA é o menor desde 70
Próximo Texto: Opinião econômica - Aloysio Biondi: Ah, que belezinha de coelhinho de Páscoa
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.