São Paulo, sexta-feira, 03 de maio de 2002

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O VAIVÉM DAS COMMODITIES

Queda profunda
Os preços agrícolas caíram 4,32% em abril no Estado de São Paulo -a maior baixa dos últimos 16 meses. Excesso de oferta, devido à grande safra, e mercado internacional desfavorável são fatores básicos para essa queda, diz Nelson Batista Martin, do IEA.

Retração contínua
Os preços recebidos pelos produtores paulistas tiveram queda contínua neste ano. Nos quatro primeiros meses a redução acumulada é de 6,97%. Nos últimos 12 meses, o aumento acumulado foi de 4,37% e ficou abaixo da variação da inflação.

Maiores quedas
Quatro produtos se destacaram entre as quedas neste ano. A maior redução ficou para a carne suína (26%), seguida das do arroz (25%), do frango (24%) e da soja (22%). Ovos (16%) e laranja (14%) também tiveram reduções fortes no período.

Preocupação com o café
Os exportadores estão preocupados com a política atual do governo para o setor. Se a safra ficar próxima de 40 milhões de sacas, como prevê o governo, e o plano de armazenagem conseguir estocar 10 milhões de sacas na produção, poderá faltar café para exportação já no segundo semestre, diz Guilherme Braga, do Cecafé.

Na ponta do lápis
Nas contas dos exportadores, o cenário para o segundo semestre deste ano é este: 10 milhões de sacas armazenadas, 6,5 milhões consumidas no mercado interno e 12,5 milhões exportadas. O total seria de 29 milhões de sacas. Restariam apenas 11 milhões para o primeiro semestre de 2003.

A opção pelo milho
A nova "farm bill" vai levar os produtores norte-americanos a optar pelo milho porque eles terão rendimento 7% maior do que se a opção for pelo plantio da soja, segundo análise de Fernando Muraro, da Agência Rural de Curitiba.

As contas do produtor
Muraro diz que o plantio de soja dará uma receita de US$ 551 por hectare para os produtores com os novos subsídios. Descontado o custo de US$ 244,60, a receita será de US$ 306,40. Já o plantio de milho renderá US$ 700,50 por hectare. Descontado o custo de US$ 373,10, a receita será de US$ 327,40 por hectare.

Mais negócios
Os negócios estão mais ativos neste ano na Agrishow do que em 2001. Dois dias antes do final da feira, o Banco do Brasil já havia financiado R$ 80 milhões neste ano, valor superior aos R$ 60 milhões financiados durante a Agrishow de 2001.

Menos algodão
A produção mundial de algodão deverá recuar 9% na próxima safra e será 900 mil toneladas inferior ao consumo, segundo o Icac (um comitê internacional de algodão). Com isso, os preços deverão subir 18% para o produto de melhor qualidade.

Futuro ativo
Os negócios no mercado futuro da CBOT de Chicago foram 18% superiores aos do mesmo período de 2001. Os negócios com soja em grão subiram 35%; os com farelo, 28%; e os com óleo de soja, 12%.

e-mail: mzafalon@folhasp.com.br



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