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Para analista, brasileira fez boa compra
LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL
A AmBev fez um ótimo negócio ao comprar 37,5% da cervejaria argentina Quilmes Industrial S.A. (Quinsa), segundo
avaliação do banco Fator Doria
Atherino. Segundo a instituição, a AmBev conseguiu um
deságio de 8,53% sobre o valor
efetivo da companhia.
"Há tempos que a AmBev
queria comprar a Quinsa, mas
a família Bemberg, controladora da empresa, sempre resistia.
Com a crise econômica na Argentina, os Bemberg acabaram
cedendo", avaliou ontem Daniel Pasquali, analista do Fator.
Pasquali passou a tarde inteira comparando dados da
Quinsa para poder chegar à
conclusão de que a aquisição
de parte da cervejaria foi efetivamente vantajosa para o grupo brasileiro. Levou em conta a
dívida de US$ 368 milhões da
empresa argentina, sua reserva
de capital de US$ 125 milhões,
o valor das suas ações negociadas na Bolsa de Valores de Nova York e o volume de cerveja
produzido pela Quinsa em
2001, que foi de cerca de 5,9 bilhões de litros.
"Levando em conta os dados,
o valor de mercado da Quinsa é
de US$ 1,875 bilhão. A AmBev,
porém, estabeleceu um preço
total de US$ 1,715 bilhão para
fechar a compra de parte da
empresa", disse Pasquali.
Outros países
O grupo brasileiro adquiriu
37,5% das ações da Quinsa e,
segundo cálculos do Fator, pagou US$ 643 milhões -parte
em ações de suas empresas na
América Latina. O montante
maior das ações foi mesmo
comprado em dinheiro vivo:
US$ 346 milhões.
Além do valor abaixo de mercado pago pela Quinsa, o grupo
brasileiro sairá beneficiado
também porque passará a ter
operações na Bolívia e também
no Chile, onde o grupo argentino atua há anos e a AmBev não
possui unidades.
Para Pasquali, o negócio terá
resultados somente a médio e
longo prazos para a AmBev.
"Nos próximos meses, as vendas de cerveja na Argentina vão
cair." Após a estabilização econômica do país é que as vantagens devem ficar evidentes.
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