São Paulo, sexta-feira, 03 de maio de 2002

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Para analista, brasileira fez boa compra

LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

A AmBev fez um ótimo negócio ao comprar 37,5% da cervejaria argentina Quilmes Industrial S.A. (Quinsa), segundo avaliação do banco Fator Doria Atherino. Segundo a instituição, a AmBev conseguiu um deságio de 8,53% sobre o valor efetivo da companhia.
"Há tempos que a AmBev queria comprar a Quinsa, mas a família Bemberg, controladora da empresa, sempre resistia. Com a crise econômica na Argentina, os Bemberg acabaram cedendo", avaliou ontem Daniel Pasquali, analista do Fator.
Pasquali passou a tarde inteira comparando dados da Quinsa para poder chegar à conclusão de que a aquisição de parte da cervejaria foi efetivamente vantajosa para o grupo brasileiro. Levou em conta a dívida de US$ 368 milhões da empresa argentina, sua reserva de capital de US$ 125 milhões, o valor das suas ações negociadas na Bolsa de Valores de Nova York e o volume de cerveja produzido pela Quinsa em 2001, que foi de cerca de 5,9 bilhões de litros.
"Levando em conta os dados, o valor de mercado da Quinsa é de US$ 1,875 bilhão. A AmBev, porém, estabeleceu um preço total de US$ 1,715 bilhão para fechar a compra de parte da empresa", disse Pasquali.

Outros países
O grupo brasileiro adquiriu 37,5% das ações da Quinsa e, segundo cálculos do Fator, pagou US$ 643 milhões -parte em ações de suas empresas na América Latina. O montante maior das ações foi mesmo comprado em dinheiro vivo: US$ 346 milhões.
Além do valor abaixo de mercado pago pela Quinsa, o grupo brasileiro sairá beneficiado também porque passará a ter operações na Bolívia e também no Chile, onde o grupo argentino atua há anos e a AmBev não possui unidades.
Para Pasquali, o negócio terá resultados somente a médio e longo prazos para a AmBev. "Nos próximos meses, as vendas de cerveja na Argentina vão cair." Após a estabilização econômica do país é que as vantagens devem ficar evidentes.



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