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RECUPERAÇÃO
Para analistas, investidor deve estar atento ao prazo dos ativos que compõem as carteiras para calibrar ganhos
Dúvida sobre juros mantém DI como opção
ÉRICA FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
Com riscos maiores à vista no
mercado, os fundos DI voltam a
ser uma opção de aplicação bastante recomendada pelos analistas de investimentos.
Embora no curto prazo, se a Selic continuar em queda, essas aplicações tendam a perder dos fundos prefixados, a possibilidade de
segurança e ganhos maiores em
caso de cenário oposto -alta ou
manutenção de juros- valem a
alocação de parte dos recursos
nesse investimento.
"O ano passado foi muito bom
para os fundos prefixados, mas
agora o potencial de ganhos nessa
aplicação é menor, e o potencial
de perdas é maior", afirma o consultor Mauro Halfeld, professor
de finanças da Universidade Federal do Paraná.
O administrador de investimentos Fábio Colombo afirma
que, como os juros reais continuam altos, o retorno dos fundos
DI ainda é bastante atrativo.
Colombo ressalta outra vantagem dos fundos DI: como a oferta
desses fundos no mercado é
maior que a dos fundos prefixados, em geral suas taxas de administração são menores.
Segundo Marcelo D'Agosto, sócio da consultoria Investmate e do
site Fortuna, vale a pena, ainda assim, fazer uma pesquisa: mesmo
na categoria de fundos DI, há uma
variação muito grande entre as taxas de administração cobradas.
Prazos
Gestores de grandes bancos, por
outro lado, dizem que é importante que o investidor procure saber o prazo dos ativos que compõem as carteiras dos fundos DI
nos quais pretendem aplicar.
Em 2003, os Facs (fundos que
aplicam em outros fundos) que tiveram maior rentabilidade, como
o Personnalité Federal Longo Prazo, do Itaú, e o Santander Max DI,
conseguiram isso aplicando em
fundos cujas estratégias foram
manter em suas carteiras LFTs
(Letras Financeiras do Tesouro,
papéis pós-fixados) de longo prazo. Como os preços desses papéis
estavam baixos no início de 2003 e
foram se recuperando ao longo
do ano, essas aplicações conseguiram retornos altos.
"Nossa estratégia em 2003 foi
alongar nossa carteira, principalmente de LFTs. Entramos quando o deságio [desconto no preço]
estava alto e nos beneficiamos de
sua queda", afirma Márcio Appel,
superintendente do Santander.
Recentemente, os preços das
LFTs que vencem em 2008 e 2009
voltaram a cair, causando perdas
aos fundos. A desvalorização desses papéis reflete um maior grau
de desconfiança do mercado sobre o que pode ocorrer na economia no longo prazo.
Por isso, dizem analistas, a estratégia para aplicar em fundos
DI, agora, depende de quão conservador é o investidor. Aqueles
que querem fugir de risco e, por
isso, aceitam um retorno mais
baixo devem investir em fundos
DI cuja carteira possua papéis de
vencimento em curto prazo.
Isso porque, caso os preços dos
títulos públicos continue a recuar,
essa queda é sempre mais forte
nos papéis mais longos, já que as
incertezas estão ligadas a possíveis problemas que o governo
possa ter na gestão da dívida pública mais adiante.
"As LFTs, agora, estarão sujeitas
a maior volatilidade, principalmente por causa de incertezas do
mercado externo", afirma Leonardo Baunert, gestor de fundos
do Itaú.
Para os investidores dispostos a
correr mais riscos, os fundos DI
com papéis de vencimento mais
longos são os mais indicados. Os
riscos são maiores, mas as possibilidades de ganho também.
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