|
Texto Anterior | Índice
BAIXO RETORNO
Aplicação se beneficia de cortes da taxa básica de juros, cujo potencial de queda até o fim do ano é reduzido
Renda fixa deve proporcionar lucro menor
DA REPORTAGEM LOCAL
Disposição para correr algum
risco e crença em novos cortes
dos juros básicos até o fim do ano
são precondições para o investidor que pensa em aplicar recursos
em fundos de renda fixa agora.
Essa é a opinião de analistas e administradores de recursos.
As aplicações prefixadas são
aquelas em que, de forma geral, o
investidor se beneficia quando os
juros estão em queda e têm prejuízo quando a taxa básica entra
em trajetória de alta.
A lógica é simples: quando os
juros caem, o rendimento predeterminado dos fundos de renda fixa se torna maior que a remuneração das aplicações pós-fixadas
que acompanham a Selic e, portanto, passam a render menos.
Nos últimos meses, a prática
corroborou essa lógica. Com os
juros em trajetória de queda, os
fundos de renda fixa passaram a
render mais do que os chamados
fundos DI, que são pós-fixados.
Entre junho do ano passado,
quando a Selic começou a cair, até
o último dia 15 de abril, os fundos
de renda fixa tiveram rentabilidade de 17,39% e os fundos DI apresentaram retorno de 17,07%.
Mesmo com a interrupção nos
cortes feita pelo Banco Central entre janeiro e fevereiro deste ano,
seguida de duas reduções de 0,25
ponto percentual da Selic, os fundos de renda fixa tiveram retorno
de 4,19% em 2004 até o último dia
15 de abril. No período, a rentabilidade dos fundos DI foi de 4,08%.
Os dados são do site Fortuna.
Tendência
O mercado espera que os juros
caiam ainda mais em 2004. A média dos analistas estima que a taxa
Selic recuará dos atuais 16% ao
ano para 14% ao ano até dezembro. Isso quer dizer que as chances de altos ganhos com os fundos
de renda fixa ainda são grandes?
Não exatamente, dizem analistas. Na verdade, as possibilidades
de ganhos com essas aplicações
são bem menores do que foram
nos últimos meses e os riscos, por
outro lado, um pouco maiores.
"Como as taxas futuras estão
muito próximas da Selic e o potencial de queda da mesma é bem
menor, acho que as chances de
ganhos nos prefixados são muito
baixas", afirma Fabio Colombo,
administrador de investimentos.
A maior parte dos analistas, no
entanto, acredita que a Selic ainda
tem espaço para cair antes de uma
alta dos juros norte-americanos
(hoje em 1% ao ano).
Renda fixa, de fato
Mas, diz o analista, é fundamental que o investidor procure conhecer a carteira do fundo de renda fixa prefixado em que está investindo.
O que ocorre no mercado, segundo especialistas, é que vários
fundos de renda fixa têm, em suas
carteiras, títulos pós-fixados, como LFTs (Letras Financeiras do
Tesouro). Isso faz com que o desempenho dos mesmos fique
mais próximo da oscilação da Selic do que dos juros futuros.
Com isso, fundos que, de fato,
possuem carteiras prefixadas tendem a ter desempenho melhor. É
o caso do Citi renda fixa ativo
master, fundo da categoria de
prefixados que aceita aplicações
entre R$ 5 mil e R$ 20 mil que teve
uma das melhores rentabilidades
acumuladas nos últimos 15 meses. Segundo Roberto Apelfeld,
diretor de investimentos do Citigroup Asset Management, a carteira é 100% prefixada, possui papéis como LTNs (Letras do Tesouro Nacional) ou utiliza instrumentos derivativos.
Para o gestor, os fundos de renda fixa continuam sendo uma boa
opção neste ano, mas com potencial de ganhos bem menores.
(ÉRICA FRAGA)
Texto Anterior: Recuperação: Dúvida sobre juros mantém DI como opção Índice
|