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Com ocupação militar já reduzida, petroleiras funcionam normalmente
DOS ENVIADOS A SANTA CRUZ DE LA SIERRA
Apesar do clima de incerteza e
da já reduzida ocupação militar,
as empresas petroleiras sediadas
em Santa Cruz funcionaram normalmente no primeiro dia útil
após o decreto de nacionalização
dos hidrocarbonetos. Nas duas
refinarias da Petrobras afetadas
pelo decreto, dois funcionários se
apresentaram como "co-administradores" e passaram o dia nas
instalações.
A assinatura do decreto, realizada anteontem pelo presidente Evo
Morales, foi acompanhada da
ocupação militar de 56 instalações pertencentes a empresas da
área de hidrocarbonetos em todo
o país, entre as quais campos de
exploração, refinarias e até o escritório central da Petrobras, localizado em Santa Cruz, onde está
sediada a maior parte das companhias do setor.
A reportagem da Folha esteve
em três locais com presença militar. Na refinaria da Petrobras em
Santa Cruz, Guillermo Elder Bell,
a maior do país, os trabalhadores
entravam e saíam de seus turnos
sem serem abordados pela ocupação militar. Pelo decreto de anteontem, o controle acionário
dessa planta e da outra refinaria
da Petrobras, em Cochabamaba,
passará ao Estado boliviano.
A essas duas refinarias foram
funcionários da YPFB e solicitaram um local de trabalho para se
instalarem, informou a assessoria
de imprensa da Petrobras Bolívia.
Os 45 soldados do Exército, armados com fuzis, metralhadoras
e lança-bombas, estavam todos
na entrada principal, mas não faziam nenhuma ação de vistoria de
veículos ou de pessoas que entravam na refinaria. Apesar do clima
de tranqüilidade, nem funcionários da refinaria nem militares davam informações à imprensa.
No escritório central da Petrobras, dez policiais cuidavam da
segurança externa -anteontem,
o número havia sido de 30. A
mesma redução ocorreu na empresa Transredes, que também
deverá passar ao controle do Estado. Havia no local 7 soldados,
contra 60 no dia anterior.
Funcionários da Petrobras e da
Transredes que não quiseram se
identificar disseram que a presença de agentes de segurança não alterou a rotina e que a ação teve
mais efeito midiático.
(FABIANO MAISONNAVE E JORGE ARAÚJO)
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