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Consumidor não precisa temer, avalia associação
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente da Abegás (Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado), Romero Oliveira, diz
que a estatização da produção
de gás na Bolívia não é motivo
para pânico entre os consumidores brasileiros. Apesar de
metade do consumo nacional
ser abastecido por aquele país,
ele diz que a venda para o Brasil
é imprescindível para a Bolívia.
Embora não vislumbre
ameaça de desabastecimento,
ele critica o governo por não ter
posto em prática um plano estratégico para reduzir a dependência do fornecimento da Bolívia. Diz que a estatização da
produção foi prometida por
Evo Morales desde a campanha
eleitoral e reafirmada depois de
ele ter sido eleito.
""Não fomos surpreendidos.
Essa pedra vinha sendo cantada havia muito tempo. A decisão, agora, deve acelerar uma
ação do governo, porque a Petrobras vinha agindo isoladamente, como empresa", afirmou o presidente da Abegás,
que representa as concessionárias de distribuição de gás, responsáveis pelo abastecimento
a residências, comércio, indústrias e postos de combustíveis.
Entre as providências que deveriam ter sido tomadas, cita a
aceleração da produção de gás
da reserva de Mexilhão, no litoral de São Paulo, e a construção
do Gasene, duto que integrará
as malhas de distribuição do
Nordeste e do Sudeste.
Segundo ele, estes dois temas
vêm sendo encarados como
projetos da Petrobras, quando
deveriam ser tratados como
prioridades do país e contar
com engajamento do governo.
A reserva de Mexilhão, a
maior já encontrada no país,
foi estimada inicialmente em
400 bilhões de m3 de gás natural, mas o potencial provado é
de cerca de 120 bilhões de m3. A
antecipação do início das operações de 2010 para 2008 é considerado prioridade para garantir a oferta de gás no país.
A Petrobras escolheu Caraguatatuba, no litoral norte de
São Paulo, para abrigar a unidade de processamento de gás
a ser extraído do campo, localizada a 137 km da costa.
Para o presidente da Abegás,
o gás natural se tornou uma
importante opção de fonte de
energia, mas não alcançou seu
devido lugar no planejamento
estratégico. Disse que o plano
decenal do Ministério das Minas e Energia não explica de
onde virá o gás para abastecer
as usinas térmicas.
Carros
O consumo de gás natural
por veículos mais do que dobrou nos últimos três anos. Segundo estatísticas do Sindicom
(Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes), o
consumo passou de 984 milhões de m3 em 2002 para 1,59
bilhão em 2005.
O número de veículos adaptados passou de 449 mil (2002)
para 1 milhão (2005). Já havia
chegado a 1,11 milhão em março deste ano.
O Rio de Janeiro tem 446 mil
carros movidos a gás natural;
São Paulo, 276 mil; Minas Gerais, 61,4 mil; e Bahia, 45,8 mil.
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