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Múlti espanhola quer
proteger ativos no país
FÁBIO VICTOR
DE LONDRES
A empresa de energia hispano-argentina Repsol YPF, uma das
afetadas pela nacionalização dos
hidrocarbonetos na Bolívia, disse
ontem estar preocupada com a
decisão do governo Evo Morales.
"A notícia é preocupante, mas
estamos esperando mais detalhes
para entender a informação",
afirmou a empresa. A Repsol disse ainda que "avaliaria todas as
ações a seu alcance para proteger
os ativos e preservar os empregos" em seus campos bolivianos.
Numa reação bem menos assombrada que a da brasileira Petrobras, as britânicas BG Group e
BP e a francesa Total minimizaram efeitos da medida boliviana.
Todas elas afirmaram que os recursos extraídos em território boliviano representam uma parcela
ínfima de sua produção global. A
BG, controladora da Comgás, informou ainda que não vê chances
de que a medida afete o abastecimento desse mercado.
A BG possui seis campos de exploração de gás na Bolívia e é parceira em outros dois. Ainda assim, a produção do país corresponde a menos de 3% do total
global da companhia.
A BP não detém exclusivamente
nenhum campo na Bolívia. Integra joint-ventures, a maior delas
na companhia Chaco. Produz lá
entre 12 mil e 15 mil barris de petróleo e gás por dia, ou 0,34% do
total mundial da empresa. Igualmente ínfima, de 0,8%, é a participação do volume de gás extraído
pela Total na Bolívia na produção
global da multinacional francesa.
Entre analistas britânicos prevalece a percepção de que o anúncio teria sido pouco mais que um
ato simbólico-populista do presidente Evo Morales.
"Talvez haja uma margem de
pragmatismo na hora de renegociar os contratos um a um. Se as
empresas decidem reduzir investimentos ou sair da Bolívia, é difícil imaginar o que o país vai fazer,
porque o setor de gás precisa de
muito investimento para ser desenvolvido, e esse dinheiro tem de
vir de fora, a Bolívia não tem",
afirmou Érica Fraga, analista para
a América Latina do centro de
pesquisas londrino Economist Intelligence Unit.
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