São Paulo, quarta-feira, 03 de maio de 2006

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Espanha, Chile e UE mostram apreensão

DA REDAÇÃO

A Espanha afirmou ontem que a nacionalização do setor de petróleo pela Bolívia terá "conseqüências na relação bilateral" entre os países, ameaça que pode se traduzir em cancelamento do perdão de dívidas para o país sul-americano. O governo espanhol disse que estava "profundamente preocupado" com a decisão do governo de Evo Morales e reclamou do "modo como as mudanças foram realizadas".
A Repsol YPF, que, com a Petrobras, está entre as empresas mais afetadas pela nacionalização, é hispano-argentina.
O governo espanhol também disse que se reuniria ainda nesta semana com as empresas do país que operam na Bolívia para discutir a situação. A Espanha também disse em comunicado que estudará o decreto boliviano "com cuidado" para poder "pedir os esclarecimentos pertinentes".
O governo do Chile também se mostrou apreensivo com a decisão, que pode pôr em risco a integração energética da região. "Temos uma preocupação porque os sistemas de integração estão sendo questionados e alguns parecem estar em crise", disse Alejandro Foxley, chanceler do país.

Europa
A reação da União Européia à nacionalização dos hidrocarbonetos bolivianos também foi de preocupação. "A Comissão [Européia, braço executivo do bloco] recebeu com preocupação o decreto que nacionaliza o setor [de hidrocarbonetos] boliviano. Nós esperávamos que houvesse um processo de discussão e consultas antes que essas medidas fossem adotadas", disse um porta-voz.
O chefe da política externa do bloco, Javier Solana, disse achar que "[a nacionalização] não será boa para o futuro econômico e político da Bolívia".
O candidato nacionalista a presidente do Peru Ollanta Humala afirmou ontem que sua plataforma não inclui nacionalizações ou expropriações. "O Peru já teve esta experiência nos anos 1970 e isso não nos deu os resultados que esperávamos", disse ele.


Com agências internacionais


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