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Exportação sobe mais que importação pela 1ª vez
Impulsionadas por produtos básicos, vendas ao exterior crescem 27% em abril
No período, expansão das compras ficou em 22,5%, em ritmo menor que
o dos meses anteriores; saldo foi recorde para abril
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O crescimento das exportações em abril foi maior do que o
aumento das importações pela
primeira vez no ano. No período os embarques ao exterior somaram US$ 12,4 bilhões e aumentaram 26,6% em relação a
abril de 2006, enquanto as importações, de US$ 8,2 bilhões,
cresceram 22,5%. O saldo foi o
maior na história para um mês
de abril e o melhor resultado
mensal de 2007 até agora.
A principal razão é o início da
comercialização da safra agrícola. Em abril as exportações
de produtos básicos cresceram
33%, enquanto as de semimanufaturados aumentaram 14%
e as de manufaturados, 5,8%
pela média diária. Outra explicação é que o aumento de
22,5% das importações foi
abaixo da média de 28% em que
vinham crescendo, diz o secretário de Comércio Exterior do
Ministério do Desenvolvimento, Armando Meziat.
Com a recuperação do ritmo
das vendas em abril, o saldo ficou em US$ 4,2 bilhões, recorde para mês de abril e 35%
maior do que em abril de 2006.
No ano, as exportações somam
US$ 46,4 bilhões, 16,8% maiores do que até abril de 2006, e
as importações, US$ 33,4 bilhões, com aumento de 23,2%
no mesmo período. O saldo do
ano é de US$ 12,9 bilhões.
Embora avalie como bons os
resultados de abril, Meziat não
acredita que o aumento maior
das vendas dos que das compras seja uma tendência. Para
ele, a redução no ritmo das importações é pontual, não uma
tendência. Disse que o governo
ainda não avaliou o que causou
importações menores, mas já
conta com um saldo menor que
os US$ 46 bilhões de 2006, embora não tenha feito projeções.
"A partir de maio, as importações devem retomar o ritmo
que vinham tendo até agora",
disse Meziat. Por causa do dólar barato, no ano passado, com
exceção de janeiro, agosto e dezembro, nos demais meses as
importações cresceram mais
do que as exportações.
Segundo Meziat, apesar da
previsão de que nos próximos
meses a safra agrícola deva reforçar mais as vendas, o mesmo
deve acontecer com as importações, que costumam ser mais
fracas no primeiro semestre.
O relatório Focus do Banco
Central divulgado ontem, que
faz um levantamento semanal
sobre expectativas com as principais instituições financeiras
do país, prevê redução de 13%
no saldo comercial neste ano.
Mantido o padrão do primeiro quadrimestre, o saldo comercial deve chegar a US$ 39,5
bilhões neste ano, um valor
quase 15% inferior ao de 2006,
de acordo com cálculos do Iedi
(Instituto de Estudos para o
Desenvolvimento Industrial).
Fernando Ribeiro, especialista
em comércio exterior da Funcex (Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior), disse que a demanda externa tem
aumentado. Em 12 meses, até
fevereiro, cresceu 21,4%. "A demanda externa começou a cair
depois do pico de 2004 e agora
está se recuperando. O que se
esperava era que o crescimento
da China fosse arrefecer, mas
isso não ocorreu".
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