São Paulo, quinta-feira, 03 de maio de 2007

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Exportação sobe mais que importação pela 1ª vez

Impulsionadas por produtos básicos, vendas ao exterior crescem 27% em abril

No período, expansão das compras ficou em 22,5%, em ritmo menor que o dos meses anteriores; saldo foi recorde para abril


CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O crescimento das exportações em abril foi maior do que o aumento das importações pela primeira vez no ano. No período os embarques ao exterior somaram US$ 12,4 bilhões e aumentaram 26,6% em relação a abril de 2006, enquanto as importações, de US$ 8,2 bilhões, cresceram 22,5%. O saldo foi o maior na história para um mês de abril e o melhor resultado mensal de 2007 até agora.
A principal razão é o início da comercialização da safra agrícola. Em abril as exportações de produtos básicos cresceram 33%, enquanto as de semimanufaturados aumentaram 14% e as de manufaturados, 5,8% pela média diária. Outra explicação é que o aumento de 22,5% das importações foi abaixo da média de 28% em que vinham crescendo, diz o secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Armando Meziat.
Com a recuperação do ritmo das vendas em abril, o saldo ficou em US$ 4,2 bilhões, recorde para mês de abril e 35% maior do que em abril de 2006. No ano, as exportações somam US$ 46,4 bilhões, 16,8% maiores do que até abril de 2006, e as importações, US$ 33,4 bilhões, com aumento de 23,2% no mesmo período. O saldo do ano é de US$ 12,9 bilhões.
Embora avalie como bons os resultados de abril, Meziat não acredita que o aumento maior das vendas dos que das compras seja uma tendência. Para ele, a redução no ritmo das importações é pontual, não uma tendência. Disse que o governo ainda não avaliou o que causou importações menores, mas já conta com um saldo menor que os US$ 46 bilhões de 2006, embora não tenha feito projeções.
"A partir de maio, as importações devem retomar o ritmo que vinham tendo até agora", disse Meziat. Por causa do dólar barato, no ano passado, com exceção de janeiro, agosto e dezembro, nos demais meses as importações cresceram mais do que as exportações.
Segundo Meziat, apesar da previsão de que nos próximos meses a safra agrícola deva reforçar mais as vendas, o mesmo deve acontecer com as importações, que costumam ser mais fracas no primeiro semestre.
O relatório Focus do Banco Central divulgado ontem, que faz um levantamento semanal sobre expectativas com as principais instituições financeiras do país, prevê redução de 13% no saldo comercial neste ano.
Mantido o padrão do primeiro quadrimestre, o saldo comercial deve chegar a US$ 39,5 bilhões neste ano, um valor quase 15% inferior ao de 2006, de acordo com cálculos do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial). Fernando Ribeiro, especialista em comércio exterior da Funcex (Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior), disse que a demanda externa tem aumentado. Em 12 meses, até fevereiro, cresceu 21,4%. "A demanda externa começou a cair depois do pico de 2004 e agora está se recuperando. O que se esperava era que o crescimento da China fosse arrefecer, mas isso não ocorreu".


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