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G7 tenta recuperar o mercado brasileiro, perdido para a China
Em 2001, 49% dos produtos comprados pelo Brasil no exterior vinham dos países do G7; em 2009, índice era 36%
A participação chinesa nas vendas para o Brasil cresceu 421% em nove anos e o país asiático saltou de nono para segundo maior fornecedor
Ricardo Stuckert - 28.set.09/Presidência da República
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O presidente Lula ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel, e do presidente Obama, dos EUA
DA REDAÇÃO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Ao tomarem medidas para
acelerar o comércio com o Brasil, os países ricos estão querendo reconquistar um mercado
em que eles tinham quase 50%
de participação no início desta
década e que foi perdido principalmente para a China -repetindo, em grande parte, um fenômeno em âmbito mundial.
Em 2001, 49% das importações brasileiras provinham dos
membros do G7, combinados.
Esse percentual foi caindo ao
longo do tempo e ficou em 36%
no ano passado.
Enquanto isso, a fatia chinesa cresceu 421% nesse período
e hoje significa 12,5% dos produtos que o Brasil compra do
exterior. O país asiático, que
era o nono mercado que mais
vendia para o Brasil, agora é o
segundo, atrás dos EUA.
No Brasil, ninguém do G7
perdeu mais espaço de 2001 para cá que os EUA. Apesar de
ainda liderarem as exportações, eles perderam quase um
terço da fatia que tinham no comércio com o Brasil.
Francisco Sanchez, subsecretário do Departamento de
Comércio dos EUA, diz que o
Brasil é visto como "prioritário" no plano do governo americano de dobrar as exportações em cinco anos.
O país que menos sofreu foi a
Alemanha, que teve uma queda
de 11% em participação. Para o
embaixador alemão Wilfried
Grolig, com o aumento da competição global nos últimos
anos, a perda de espaço da principal economia europeia no comércio com o Brasil, de 9% para 8%, "é a história de maior sucesso que se pode contar".
As projeções para o Brasil
também motivam esses países.
O mercado interno nessas economias ainda está enfraquecido devido à crise global e expandir as exportações é uma
forma de compensar isso.
Eduardo Giannetti da Fonseca, diretor-titular de Relações
Internacionais e de Comércio
Exterior da Fiesp, afirma que o
país "vive um ataque, no sentido positivo, de interesse externo". Mas, para ele, a intenção
de aumentar as exportações
para o Brasil não exclui a possibilidade de que os países ricos e
emergentes aumentem os investimentos aplicados aqui.
Ele destaca que o momento
atual -especialistas demonstram preocupação com o aquecimento da economia- favorece as trocas comerciais do Brasil. "Se o governo está preocupado com excesso de demanda,
é só importar mais. Não tem
nenhum problema nisso. Mas,
nesse caso, terá que criar mecanismos para exportar também
e não criar um desequilíbrio,
como já começou a acontecer."
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