São Paulo, segunda-feira, 03 de maio de 2010

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Com Bolsa em baixa, siderurgia é destaque de alta

Papéis de empresas dos segmentos têxtil e de mineração também registram uma valorização acima do Ibovespa

O papel preferencial "A" da Vale é o mais negociado na Bolsa, com valorização de 11,17% no ano; o papel ON da MMX se destaca


FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar do resultado negativo da Bolsa de Valores de São Paulo em 2010, há setores e papéis com retornos bastante interessantes no período. Siderurgia, mineração e têxtil se destacam, com desempenho bem acima do Ibovespa. O principal índice da Bolsa brasileira registra desvalorização de 1,54% no ano.
Os setores de mineração e siderurgia, bastante direcionados ao mercado externo e ligados ao desempenho das commodities, têm estado entre os mais destacados, com ganhos de 11,39% e 7,17%, respectivamente. Os dados pertencem a levantamento da Economática.
Dentre as ações mais negociadas e tradicionais da Bolsa, o destaque fica com a Vale. A companhia tem atraído os investidores com sua vitoriosa negociação para reajuste do minério de ferro. Seu papel preferencial "A", que tem sido o mais negociado da Bolsa, registra alta de 11,17% no ano.
Outro destaque individual nessa área é o papel ON da MMX Mineração, com alta acumulada de 26,75%.
"Mesmo com o mês de abril não tendo sido muito bom, o setor siderúrgico se mantém com bom desempenho no ano. Usiminas e Companhia Siderúrgica Nacional têm crescido na produção de minério de ferro e gerado boas expectativas", avalia Pedro Galdi, analista-chefe da SLW Corretora.
As ações ordinárias (com direito a voto) da CSN têm valorização anual de 15,29%; Usiminas PNA subiu 13,92%.
No topo da Bolsa aparece o setor têxtil -composto por um total de 31 papéis. O problema é que essas ações têm baixa liquidez, o que é negativo caso o investidor queira se desfazer do ativo no curto prazo.
Como um todo, o setor têxtil tem ganho médio de 19,14% no ano. Chama a atenção a alta da ação ON da Hering, que está em 33,81%.
No outro extremo da lista aparece o setor de construção civil, com depreciação de 11,90%. Mesmo com o setor de construção aquecido e as projeções de crescimento da economia brasileira nos próximos trimestres, as ações do segmento têm ficado para trás.
"O descolamento [do setor] nos parece excessivo e esperamos uma correção em breve", afirma, em relatório setorial, a Gradual Investimentos.
Na análise da Gradual, as ações da Rossi Residencial, que estão com baixa de 16% no ano, têm potencial de alta de 32,3% -considerando-se o preço-alvo de R$ 17 apontado pela corretora. "A empresa é uma companhia focada no segmento de imóveis residenciais voltados à classe econômica, que continua crescendo", avalia.
Uma das decepções do ano é a Petrobras. Mesmo com o barril de petróleo cotado a US$ 86,15 em Nova York, com quase 9% de apreciação no ano, as ações da Petrobras amargam elevadas baixas.
Devido a seu peso no mercado, a queda da petrolífera prejudica também o desempenho do índice Ibovespa. A ação ON da empresa está com perdas de 10,69% em 2010, enquanto a PN tem baixa de 9,93%.
"O resultado ruim da Petrobras na Bolsa não tem ligação com o cenário externo, que tem sido positivo para o petróleo. O que tem segurado a ação da companhia é o problema da capitalização que planeja fazer, mas que ainda não está totalmente acertada. Com isso, o investidor tem preferido esperar, até que haja uma definição sobre o tema", afirmou Galdi.

Fora da curva
Como ocorreu em 2009, as ações da Telebrás têm se mantido com retorno muito acima das outras teles -e da Bolsa. Ainda embalada pelas expectativas em torno do futuro desenvolvimento do Plano Nacional de Banda Larga, as ações PN da Telebrás têm brilhado na Bovespa, com apreciação acumulada de 166,67% em 2010.
Mas a realidade de outras empresas do setor de telecomunicações é bastante distinta. As ações da Telemar (Oi), por exemplo, registram depreciação anual de 21,73%. Para o papel da TIM participações, a baixa é de 9,15% no ano.


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