São Paulo, segunda-feira, 03 de maio de 2010

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Emprego nos EUA e ata do Copom são os destaques

Semana traz ainda o IPCA de abril e pesquisa industrial

PAULA NUNES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A agenda da primeira semana de maio traz como destaques o relatório de emprego dos Estados Unidos e a divulgação da ata do Copom (Comitê de Política Monetária).
Entre os indicadores domésticos, a apresentação da ata da última reunião do Copom, ocorrida na semana passada, é aguardada com ansiedade maior pelo mercado.
Após manter a taxa básica de juros em 8,75% em março, quando parte do mercado contava com a possibilidade de o Copom iniciar o ciclo de alta, o BC resolveu aumentar a taxa Selic em 0,75 ponto percentual no encontro da última quarta.
Com a alta da Selic, o Brasil manteve a posição de maior taxa de juros reais do mundo.
Como a medida foi tomada levando em conta a tendência de alta inflacionária registrada na apresentação dos indicadores de consumo durante todo o primeiro trimestre do ano, os dados da pesquisa industrial mensal de março e o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de abril ganham ainda maior relevância.
O IPCA é apresentado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e é importante por ser utilizado pelo Banco Central para o acompanhamento dos objetivos estabelecidos no sistema de metas de inflação. Ele será divulgado na sexta-feira.
Analistas ressaltam que, se a inflação não desacelerar nos meses de maio e junho, ela se posicionará acima da expectativa do Banco Central para o primeiro semestre.
Observando os preços praticados no varejo, medidos pelo IPCA, alimentos, vestuário e remédios, mais o crescimento do consumo de artigos pessoais, devem manter os indicadores inflacionários inchados.
Outros produtos que, segundo os economistas, estão apresentando consideráveis altas nos preços são artigos importantes para a indústria como papel, celulose e componentes químicos. Os produtos agrícolas também estão pressionando para cima os preços praticados no atacado.
Durante a semana, serão apresentados outros indicadores inflacionários, como o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor - Semanal) que sai hoje, e o IGP-DI, que será conhecido na quinta-feira. Ambos os índices são medidos pela FGV (Fundação Getulio Vargas).

Volatilidade
Problemas fiscais na Europa, em meio ao temor de que a Grécia não consiga pagar sua dívida, e a lentidão na recuperação econômica dos países desenvolvidos devem manter a tendência de volatilidade dos mercados, pelo menos no curto prazo, afirmam os analistas.
Nos EUA, a semana começa com a publicação dos indicadores de atividade industrial e os que medem a renda mensal dos cidadãos norte-americanos. Os dois são apresentados hoje.
No entanto, o grande destaque refere-se aos dados de mercado de trabalho a serem divulgado na quarta-feira, afirma o economista Eduardo Otero, da Um Investimentos. "Deve-se observar que a taxa de desemprego nos EUA ainda beira os 10% e que a estatística em questão deverá ser influenciada pelas contratações temporárias."
Os temores cada vez maiores com relação à situação fiscal europeia, mais o rebaixamento de Portugal e Espanha pela agência de classificação de risco Standard & Poor's, deixaram os investidores pessimistas em relação à zona do euro.
Destaques europeus ficam com a divulgação das vendas no varejo em março, na terça-feira, e a decisão de política monetária do Banco Central Europeu, na quinta-feira.


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