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MONTADORA
Prazo para lucro é 2005
Mesmo com prejuízo, Nissan ficará no país
DA REPORTAGEM LOCAL
A direção da Nissan admitiu
que está perdendo dinheiro no
Brasil, mas sustenta que não pretende rever seus planos pelo menos até 2005, prazo estabelecido
pela matriz para que a filial comece a inverter esse indicativo.
No ano passado, a operação
brasileira teve resultado negativo
de R$ 20 milhões. Desse total,
28% teriam sido provocados pelo
impacto da variação cambial sobre seus custos. A Nissan investiu
US$ 100 milhões na instalação de
fábrica (em parceria com a francesa Renault, sua controladora),
em São José dos Pinhais (PR).
Em junho passado, a filial brasileira iniciou a fabricação do primeiro modelo, uma picape. No
total, a Nissan fechou 2002 com
vendas de 4.412 veículos no país
(3.660 do modelo brasileiro e os
demais, importados). Para 2003,
prevê venda de 8.800 veículos
-sendo 7.630 deles nacionais.
Destes, cerca de mil seriam vendas de um novo modelo, uma
""Sport Utility", que começa a ser
produzida neste mês, usando a
mesma plataforma da picape.
""A maneira que temos de melhorar nossos resultados é reduzir
a vulnerabilidade externa, com
maior nacionalização de componentes, e continuar buscando menores custos de operação", disse à
Folha Toshiyuki Shiga, vice-presidente-sênior da Nissan.
""Quando fizemos o investimento no Brasil, nos baseamos em um
planejamento de longo prazo, de
abrir mercado passo a passo. Não
mudaremos isso", afirmou Shiga.
As montadoras instaladas no
país operam hoje com uma capacidade ociosa de cerca de 44%.
Podem produzir 3,2 milhões de
veículos, mas não superam o 1,8
milhão. Como o mercado interno
não absorve mais que 1,4 milhão
de unidades, a alternativa decidida pelas matrizes das montadoras
tem sido buscar as exportações.
Por conta da retração de vendas, há dois meses, a Suzuki, que
não mantinha fábrica local, anunciou o encerramento da importação e da distribuição de automóveis no Brasil.
(JOSÉ ALAN DIAS)
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