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São Paulo, terça-feira, 03 de junho de 2003

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MONTADORA

Prazo para lucro é 2005

Mesmo com prejuízo, Nissan ficará no país

DA REPORTAGEM LOCAL

A direção da Nissan admitiu que está perdendo dinheiro no Brasil, mas sustenta que não pretende rever seus planos pelo menos até 2005, prazo estabelecido pela matriz para que a filial comece a inverter esse indicativo.
No ano passado, a operação brasileira teve resultado negativo de R$ 20 milhões. Desse total, 28% teriam sido provocados pelo impacto da variação cambial sobre seus custos. A Nissan investiu US$ 100 milhões na instalação de fábrica (em parceria com a francesa Renault, sua controladora), em São José dos Pinhais (PR).
Em junho passado, a filial brasileira iniciou a fabricação do primeiro modelo, uma picape. No total, a Nissan fechou 2002 com vendas de 4.412 veículos no país (3.660 do modelo brasileiro e os demais, importados). Para 2003, prevê venda de 8.800 veículos -sendo 7.630 deles nacionais.
Destes, cerca de mil seriam vendas de um novo modelo, uma ""Sport Utility", que começa a ser produzida neste mês, usando a mesma plataforma da picape.
""A maneira que temos de melhorar nossos resultados é reduzir a vulnerabilidade externa, com maior nacionalização de componentes, e continuar buscando menores custos de operação", disse à Folha Toshiyuki Shiga, vice-presidente-sênior da Nissan.
""Quando fizemos o investimento no Brasil, nos baseamos em um planejamento de longo prazo, de abrir mercado passo a passo. Não mudaremos isso", afirmou Shiga.
As montadoras instaladas no país operam hoje com uma capacidade ociosa de cerca de 44%. Podem produzir 3,2 milhões de veículos, mas não superam o 1,8 milhão. Como o mercado interno não absorve mais que 1,4 milhão de unidades, a alternativa decidida pelas matrizes das montadoras tem sido buscar as exportações.
Por conta da retração de vendas, há dois meses, a Suzuki, que não mantinha fábrica local, anunciou o encerramento da importação e da distribuição de automóveis no Brasil. (JOSÉ ALAN DIAS)


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