LÁSZLÓ VARGA
DA REPORTAGEM LOCAL

O crescimento do mercado de celulares no Brasil convenceu a multinacional francesa Alcatel a voltar a produzir equipamentos no país. O presidente da empresa no Brasil, Jonio Foigel, afirmou ontem que investirá US$ 4,2 milhões em 2003 na fabricação de estações de transmissão para telefonia móvel e redes de banda larga (para internet de alta velocidade).
A decisão é uma reviravolta na política da Alcatel, que amargou em 2002 um prejuízo de 4,7 bilhões no mundo inteiro. Em 2001, ela já havia deixado de fabricar produtos para telefonia fixa no Brasil. "Agora existe muita demanda para telefonia celular e banda larga. Temos contratos fechados ou a serem concluídos."
Os novos equipamentos brasileiros da Alcatel serão fabricados por empresas terceirizadas, como Samina, Jabil ou Flextronics. O bom desempenho das vendas de celulares no Brasil estimulou a volta dos investimentos da Alcatel. O mercado cresceu 4,3% entre o final de 2002 e abril. Existem 36,3 milhões de terminais em operação atualmente.
A telefonia fixa, no entanto, está praticamente estagnada. Teve avanço de apenas 0,2% no mesmo período (total de 49,3 milhões de linhas em abril). "O mercado de telefones fixos cresce menos. E a indefinição do governo sobre a forma como serão reajustadas as tarifas das operadoras provoca suspensão dos investimentos."
A Alcatel está no Brasil desde 1991. Durante anos investiu apenas em telefonia fixa. O fato de não adotar a tecnologia CDMA para celulares a impediu de fechar negócios para vender infra-estrutura nessa área até 2002, quando operadoras passaram a usar o GSM, tecnologia que domina.
A mudança no quadro possibilitou à companhia, que tem contratos ou negocia com companhias como a Oi e a Telecom Americas, registrar no primeiro trimestre de 2003 seu primeiro balanço positivo no Brasil -lucro de R$ 1,6 milhão.


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