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O VÔO DA ÁGUIA
Juro baixo e corte de pessoal elevam ganho
Empresas dos EUA têm maior alta nos lucros desde o estouro da "bolha"
FERNANDO CANZIAN
DE WASHINGTON
Os ganhos das 500 maiores empresas norte-americanas aumentaram 11,7% no primeiro trimestre de 2003. Foi o melhor resultado obtido desde antes do início do
estouro da chamada ""bolha de investimentos" nos EUA -a partir
do terceiro trimestre (julho a setembro) de 2000.
Os ganhos entre janeiro e março
deste ano projetam um lucro líquido de mais de 10% para essas
companhias até o final de 2003. A
melhora não deve ter repercussões no emprego no curto prazo.
Essas são as principais conclusões de estudo obtido pela Folha
da consultoria First Call, que analisou os balanços do primeiro trimestre de 98% das 500 maiores
empresas listadas no índice S&P
da Bolsa de Nova York.
O primeiro trimestre de 2003
mostrou uma tendência sólida.
Nos últimos três trimestres de
2002, os ganhos por período haviam ficado em 2,4%, 4,4% e 6,4%
-contra os 11,7% de agora.
O resultado entre janeiro e março passados foi consolidado em
cima de um aumento de produtividade e corte de custos.
Juros baixos (a taxa básica nos
EUA está em 1,25% ao ano), mercado imobiliário aquecido, alta
nos preços do petróleo e aumento
nos gastos públicos também ajudaram a melhorar os resultados
de empresas ligadas a essas áreas.
O maior impulso veio, no entanto, do aumento da produtividade geral aliado a uma redução
drástica na folha de pessoal.
Até o estouro da ""bolha", em
2000, o índice de produtividade
das empresas do setor produtivo
vinha alcançando aumentos de
até 8% ao ano como resultado dos
pesados investimentos em tecnologias e comunicação.
Hoje, é o setor produtivo que registra a maior queda no emprego,
com 2,2 milhões de postos fechados desde julho de 2000.
O resultado dessas 500 maiores
companhias, baseado em produtividade maior e folhas de pagamento enxutas, também explica
em boa medida a evolução do
mercado acionário americano
nos últimos meses. Desde janeiro,
o índice Dow Jones acumula alta
de 6%, e o Nasdaq, de 20%.
A maior parte dos balanços das
grandes companhias americanas
do primeiro trimestre mostra ainda uma expectativa um pouco
mais otimista para o resto do ano.
Os comentários dirigidos aos
acionistas, porém, ainda apresentam planos de demissões ou contenção como trunfos para aumentar a lucratividade e ""pagar a
conta" do excesso de investimentos dos últimos anos.
Manufatura
Ontem, foi divulgado também
que o índice que mede a produção da indústria manufatureira
americana subiu de 45,4 pontos
em abril para 49,4 em maio, acima das previsões iniciais.
Embora o indicador só mostre
uma expansão a partir dos 50
pontos, ele vem subindo também
de forma consistente desde o início do ano. O setor manufatureiro
responde por um quinto da economia americana.
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