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CONFLITO
Invasão é a terceira em área da empresa neste ano; sem-terra criticam os transgênicos e pedem reforma agrária
MST invade centro da Monsanto em Goiás
ADRIANA CHAVES
DA AGÊNCIA FOLHA
Cerca de 2.000 integrantes do
MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiram na madrugada de ontem a estação de pesquisa, treinamento e
beneficiamento de sementes da
Monsanto do Brasil em Santa Helena de Goiás (220 km ao sul de
Goiânia).
É a terceira invasão a uma área
da Monsanto neste ano. Em maio,
a unidade de Ponta Grossa (PR)
foi invadida duas vezes pelo MST.
Como no Paraná, a ação em
Goiás -além de pressionar o governo para agilizar a reforma
agrária- é um protesto contra as
experiências com plantas geneticamente modificadas (transgênicas) na propriedade invadida.
"Trata-se de um centro de ilegalidade. Mesmo produzindo sementes apenas para pesquisas,
eles [a Monsanto] estão plantando com a intenção de reproduzir", disse o líder do MST Luiz
Afonso Arantes.
Para Arantes, o "poder agrícola" da Monsanto é capaz de "arrebentar com os pequenos produtores rurais". "Por se tratar de
uma empresa multinacional, ela
[Monsanto] impõe uma situação
que impede a competição com os
agricultores familiares."
De acordo com a Monsanto, na
fazenda invadida pelo MST, 200
ha destinados à pesquisa, dos
quais 7 ha são destinados a ensaios com sementes transgênicas.
Outros 11 ha são usados para a
produção e o beneficiamento de
sementes convencionais e 96 ha
para reserva ambiental.
A empresa afirma que as pesquisas com transgênicos seguem
as especificações da CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) e são fiscalizadas pelo
Ministério da Agricultura.
A invasão
Segundo o MST, os sem-terra
invadiram a fazenda por volta das
4h, vindos de assentamentos próximos, nas cidades de Rio Verde,
Paranaiguara e Caldas Novas.
De manhã, a Monsanto informou a Secretaria da Segurança
Pública do Estado sobre a invasão. Depois, entrou com um pedido de reintegração de posse
-que, até o fechamento desta
edição, não havia sido julgado-
na Justiça de Goiás.
O MST diz aguardar o posicionamento do governo estadual e
da empresa para negociar a saída
das famílias.
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