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CITRICULTURA
Para Instituto de Economia Agrícola, queda poderá ser de 3,6%
Safra de laranja deve sofrer quebra
CÍNTIA CARDOSO
ALESSANDRA MILANEZ
DA REPORTAGEM LOCAL
A colheita da laranja deve sofrer
uma quebra neste ano. Neste ponto, os especialistas concordam. O
tamanho da quebra, no entanto, é
motivo de divergências.
Nelson Martin, diretor do IEA
(Instituto de Economia Agrícola),
diz que o clima é o responsável
pela quebra da safra no Estado de
São Paulo neste ano, que calcula
em 3,6%. "No ano passado, tivemos uma safra muito grande.
Eram previstos 375 milhões de
caixas, mas acabou fechando em
361 milhões. Para este ano, deve
ficar em 348 milhões de caixas."
A Abecitrus (Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos) discorda da estimativa do
IEA. Para a entidade, a quebra deve ser maior e a produção deste
ano não deve passar de 290 milhões de caixas.
Os especialistas dizem que, no
ano passado, houve uma chuva
que antecipou a florada. Depois,
veio a seca e os frutos caíram.
Segundo Ademerval Garcia,
presidente da Abecitrus, a produtividade também caiu neste ano,
de 2,01 caixas de laranja por pé no
ano passado, para 1,83 caixas por
pé neste ano.
Isso, diz, afetará as exportações
de suco de laranja. O Brasil, de
acordo com Garcia, é responsável
por 52% das exportações mundiais de suco de laranja. "No ano
passado, exportamos 1,1 milhão
de toneladas de suco. Neste ano,
devemos exportar 900 mil toneladas", afirma.
Efeitos no mercado
Segundo Margarete Boteon,
pesquisadora do Cepea, ainda é
cedo para avaliar se a quebra da
safra já influencia os preços do
produto. "Da produção de laranja, 80% vai para a indústria de suco. O processo de beneficiamento
industrial ainda não começou e é
ele que dita o preço do mercado.
Por isso, ainda não dá para dizer
se a redução da safra já está provocando aumento do preço da laranja no mercado doméstico."
De todo modo, o preço da fruta
no mercado interno está já em alta em comparação com o ano passado. A caixa de 40,8 kg da laranja-pêra, em maio deste ano, estava
em R$ 11,50. No mesmo período
de 2002, o valor não ultrapassava
R$ 8,90, segundo dados do Cepea.
O mercado internacional está
retraído na avaliação do Cepea. A
Europa continua na liderança das
compras de suco brasileiro. Nos
primeiros quatro meses deste
ano, o mercado europeu absorveu 200 mil toneladas.
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