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São Paulo, terça-feira, 03 de junho de 2003

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CITRICULTURA

Para Instituto de Economia Agrícola, queda poderá ser de 3,6%

Safra de laranja deve sofrer quebra

CÍNTIA CARDOSO
ALESSANDRA MILANEZ

DA REPORTAGEM LOCAL

A colheita da laranja deve sofrer uma quebra neste ano. Neste ponto, os especialistas concordam. O tamanho da quebra, no entanto, é motivo de divergências.
Nelson Martin, diretor do IEA (Instituto de Economia Agrícola), diz que o clima é o responsável pela quebra da safra no Estado de São Paulo neste ano, que calcula em 3,6%. "No ano passado, tivemos uma safra muito grande. Eram previstos 375 milhões de caixas, mas acabou fechando em 361 milhões. Para este ano, deve ficar em 348 milhões de caixas."
A Abecitrus (Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos) discorda da estimativa do IEA. Para a entidade, a quebra deve ser maior e a produção deste ano não deve passar de 290 milhões de caixas.
Os especialistas dizem que, no ano passado, houve uma chuva que antecipou a florada. Depois, veio a seca e os frutos caíram.
Segundo Ademerval Garcia, presidente da Abecitrus, a produtividade também caiu neste ano, de 2,01 caixas de laranja por pé no ano passado, para 1,83 caixas por pé neste ano.
Isso, diz, afetará as exportações de suco de laranja. O Brasil, de acordo com Garcia, é responsável por 52% das exportações mundiais de suco de laranja. "No ano passado, exportamos 1,1 milhão de toneladas de suco. Neste ano, devemos exportar 900 mil toneladas", afirma.

Efeitos no mercado

Segundo Margarete Boteon, pesquisadora do Cepea, ainda é cedo para avaliar se a quebra da safra já influencia os preços do produto. "Da produção de laranja, 80% vai para a indústria de suco. O processo de beneficiamento industrial ainda não começou e é ele que dita o preço do mercado. Por isso, ainda não dá para dizer se a redução da safra já está provocando aumento do preço da laranja no mercado doméstico."
De todo modo, o preço da fruta no mercado interno está já em alta em comparação com o ano passado. A caixa de 40,8 kg da laranja-pêra, em maio deste ano, estava em R$ 11,50. No mesmo período de 2002, o valor não ultrapassava R$ 8,90, segundo dados do Cepea.
O mercado internacional está retraído na avaliação do Cepea. A Europa continua na liderança das compras de suco brasileiro. Nos primeiros quatro meses deste ano, o mercado europeu absorveu 200 mil toneladas.


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