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Controle da inflação permite a redução da taxa de juros reais, afirma Meirelles
CRISTINA CHARÃO
DA FOLHA ONLINE
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, defendeu o controle inflacionário
como forma de manter a "queda gradual" das taxas reais de
juros. Em evento da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), Meirelles disse que "devagar" os juros vão se aproximar
dos "padrões internacionais".
"A inflação estabilizada está
tendo como conseqüência essa
queda gradual das taxas reais
de juros nos últimos anos", afirmou o presidente do BC.
Apesar de estarem em queda,
os juros reais brasileiros continuam acima de 10%, patamar
considerado "preocupante" pela CNI (Confederação Nacional
da Indústria).
Questionado sobre outras
medidas que pudessem facilitar o acesso ao crédito, Meirelles afirmou que isso já vem
sendo feito.
"Nosso objetivo é exatamente esse: aumentar o volume de
crédito do país a taxas cada vez
menos punitivas para o tomador. Ou seja, taxas cadentes e
taxas de juros que devagar chegarão nos padrões internacionais", disse.
De acordo com o presidente
do BC, "a melhora nas condições de concessão de crédito, a
maior competitividade, a maior
transparência, a melhora das
garantias é que estão fazendo
com que alguns segmentos de
crédito tenham quedas sustentadas das suas taxas de juros".
Durante o evento, o presidente da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), Guilherme Afif Domingos, filiado ao
PFL, cobrou do governo compromisso com a proposta para a
criação do chamado "cadastro
positivo" de crédito.
O projeto está no Congresso
e prevê que, da mesma forma
que hoje existem cadastros negativos de maus pagadores,
também seja criado essa lista
de pessoas que possuem um
histórico de honrar seus compromissos e que, em tese, poderiam ter acesso a empréstimos
com juros menores nos bancos.
Segundo Afif Domingos, esse
projeto vem sendo "destruído"
no Congresso. "O governo não
está mais acompanhando porque mudou o comando", disse
ele em referência à troca de Antonio Palocci por Guido Mantega à frente do Ministério da Fazenda.
De acordo com o presidente
da ACSP, a implantação do cadastro positivo poderia aumentar o volume de crédito disponível em pelo menos 50%.
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