São Paulo, sábado, 03 de junho de 2006

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Controle da inflação permite a redução da taxa de juros reais, afirma Meirelles

CRISTINA CHARÃO
DA FOLHA ONLINE

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, defendeu o controle inflacionário como forma de manter a "queda gradual" das taxas reais de juros. Em evento da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), Meirelles disse que "devagar" os juros vão se aproximar dos "padrões internacionais".
"A inflação estabilizada está tendo como conseqüência essa queda gradual das taxas reais de juros nos últimos anos", afirmou o presidente do BC.
Apesar de estarem em queda, os juros reais brasileiros continuam acima de 10%, patamar considerado "preocupante" pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Questionado sobre outras medidas que pudessem facilitar o acesso ao crédito, Meirelles afirmou que isso já vem sendo feito.
"Nosso objetivo é exatamente esse: aumentar o volume de crédito do país a taxas cada vez menos punitivas para o tomador. Ou seja, taxas cadentes e taxas de juros que devagar chegarão nos padrões internacionais", disse.
De acordo com o presidente do BC, "a melhora nas condições de concessão de crédito, a maior competitividade, a maior transparência, a melhora das garantias é que estão fazendo com que alguns segmentos de crédito tenham quedas sustentadas das suas taxas de juros".
Durante o evento, o presidente da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), Guilherme Afif Domingos, filiado ao PFL, cobrou do governo compromisso com a proposta para a criação do chamado "cadastro positivo" de crédito.
O projeto está no Congresso e prevê que, da mesma forma que hoje existem cadastros negativos de maus pagadores, também seja criado essa lista de pessoas que possuem um histórico de honrar seus compromissos e que, em tese, poderiam ter acesso a empréstimos com juros menores nos bancos.
Segundo Afif Domingos, esse projeto vem sendo "destruído" no Congresso. "O governo não está mais acompanhando porque mudou o comando", disse ele em referência à troca de Antonio Palocci por Guido Mantega à frente do Ministério da Fazenda.
De acordo com o presidente da ACSP, a implantação do cadastro positivo poderia aumentar o volume de crédito disponível em pelo menos 50%.


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