São Paulo, sábado, 03 de junho de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Reservatórios da região Sul voltam a nível pré-apagão

Nível de hidrelétricas cai a 30,76%; por ora, não há risco de desabastecimento

Lagos das regiões Sudeste e Centro-Oeste estão cheios, com 84,4% da capacidade, e energia poderá ser transferida


HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O nível dos reservatórios das hidrelétricas da região Sul do país está baixo e, para evitar que desça ainda mais e chegue a patamares críticos que comprometam o abastecimento, boa parte do consumo da região está sendo suprido por energia transferida do Sudeste.
Na última quinta, de acordo com dados disponíveis no ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), o nível dos reservatórios da região Sul era de 30,76%. Na mesma data do ano passado, os lagos das usinas da região tinham mais que o dobra da capacidade -64,68%. Em maio de 2000, esse índice estava em 30,20%. Antes, portanto, do racionamento de energia do ano seguinte. Na época do racionamento, os reservatórios do Sul estavam em níveis normais -o problema foi basicamente no Sudeste, no Centro-Oeste e no Nordeste.
O governo, por meio do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), acompanha as condições de fornecimento de energia no país e, dependendo da situação, propõe medidas para evitar desabastecimento. No caso do Sul, o nível considerado crítico para esta época do ano é 13% de capacidade dos reservatórios.
Dessa forma, apesar do esvaziamento rápido dos reservatórios, ainda faltam 17 pontos percentuais para o nível crítico. A queda, no entanto, tem sido rápida. No início de abril, a capacidade dos reservatórios do Sul estava em 51,91%. No início de maio, em 41,18%. Agora, em 30,76%. Ou seja, em dois meses, queda de 21 pontos.
Segundo a Folha apurou, o assunto preocupa o governo, mas a avaliação é que não haverá problemas de abastecimento porque os reservatórios das usinas hidrelétricas do Sudeste e do Centro-Oeste estão cheios (84,4%), o que possibilita que a energia dessa região possa ser transferida para o Sul.
Atualmente, a transferência de energia está em cerca de 4.000 MW médios. Embora esse número seja considerado adequado, se for necessário transferir mais do que isso, crescem as chances de cortes no fornecimento por falhas no sistema de transmissão.
Além da capacidade de transferência de energia do Sudeste para o Sul, o governo trabalha com previsões mais otimistas para as chuvas no Sul.


Texto Anterior: Trabalho: Servidores do INSS encerram greve de 3 dias
Próximo Texto: ONS faz esquema para evitar falta de luz na Copa
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.