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Reservatórios da região Sul voltam a nível pré-apagão
Nível de hidrelétricas cai a 30,76%; por ora, não há risco de desabastecimento
Lagos das regiões Sudeste e Centro-Oeste estão
cheios, com 84,4% da capacidade, e energia poderá ser transferida
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O nível dos reservatórios das
hidrelétricas da região Sul do
país está baixo e, para evitar
que desça ainda mais e chegue a
patamares críticos que comprometam o abastecimento,
boa parte do consumo da região
está sendo suprido por energia
transferida do Sudeste.
Na última quinta, de acordo
com dados disponíveis no ONS
(Operador Nacional do Sistema
Elétrico), o nível dos reservatórios da região Sul era de
30,76%. Na mesma data do ano
passado, os lagos das usinas da
região tinham mais que o dobra
da capacidade -64,68%. Em
maio de 2000, esse índice estava em 30,20%. Antes, portanto,
do racionamento de energia do
ano seguinte. Na época do racionamento, os reservatórios
do Sul estavam em níveis normais -o problema foi basicamente no Sudeste, no Centro-Oeste e no Nordeste.
O governo, por meio do
CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico),
acompanha as condições de
fornecimento de energia no
país e, dependendo da situação,
propõe medidas para evitar desabastecimento. No caso do
Sul, o nível considerado crítico
para esta época do ano é 13% de
capacidade dos reservatórios.
Dessa forma, apesar do esvaziamento rápido dos reservatórios, ainda faltam 17 pontos
percentuais para o nível crítico.
A queda, no entanto, tem sido
rápida. No início de abril, a capacidade dos reservatórios do
Sul estava em 51,91%. No início
de maio, em 41,18%. Agora, em
30,76%. Ou seja, em dois meses, queda de 21 pontos.
Segundo a Folha apurou, o
assunto preocupa o governo,
mas a avaliação é que não haverá problemas de abastecimento
porque os reservatórios das
usinas hidrelétricas do Sudeste
e do Centro-Oeste estão cheios
(84,4%), o que possibilita que a
energia dessa região possa ser
transferida para o Sul.
Atualmente, a transferência
de energia está em cerca de
4.000 MW médios. Embora esse número seja considerado
adequado, se for necessário
transferir mais do que isso,
crescem as chances de cortes
no fornecimento por falhas no
sistema de transmissão.
Além da capacidade de transferência de energia do Sudeste
para o Sul, o governo trabalha
com previsões mais otimistas
para as chuvas no Sul.
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