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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Empresas ainda enfrentam cenário adverso, diz Fundap
Apesar do clima de otimismo
de empresários e economistas
de que a economia brasileira
começou a se recuperar, o último balanço trimestral das empresas mostra que elas ainda
enfrentam um cenário adverso:
de queda no lucro, aumento das
despesas financeiras e rentabilidade menor. A análise é da
Fundap (Fundação do Desenvolvimento Administrativo),
com base em levantamento no
balanço do primeiro trimestre
de 227 empresas brasileiras
não financeiras.
Enquanto o lucro líquido total dessas empresas caiu 23,2%,
as despesas financeiras subiram 20,7%. Isso significa uma
perda de R$ 5 bilhões para essas empresas acompanhada de
um gasto extra de R$ 1 bilhão.
Para Geraldo Biasoto Junior,
diretor-executivo da Fundap,
os números refletem o impacto
da crise econômica no Brasil,
que se agravou em setembro de
2008. Segundo ele, a novidade
deste trimestre é que o lucro
das atividades foi afetado -a
queda chegou a 18%.
"No final do ano passado, as
perdas foram mais financeiras
que operacionais. A mudança
brusca no câmbio gerou baixas
nas operações com derivativos
e na dívida dolarizada. No começo do ano, os balanços já
mostram um impacto real da
crise, com perdas no lucro das
atividades."
Segundo Biasoto, o lucro menor no primeiro trimestre reflete diretamente a queda nas
vendas das empresas. O aumento das despesas financeiras, por sua vez, mostra tanto
uma necessidade maior das
companhias de utilizar crédito
quanto o custo maior dos empréstimos.
Para Biasoto, o segundo trimestre do ano continuará com
um cenário difícil para as empresas, que ainda terão dificuldades para comercializar seus
produtos. A boa notícia, segundo ele, é que a queda do dólar
provoca "um refresco cambial"
na dívida em moeda estrangeiras e no custo do crédito internacional para as companhias
brasileiras.
DVD DO TIME
A divisão de vídeo da Fox no Brasil vai lançar filmes sobre
a história de times de futebol do país e vendê-los como produtos oficiais dos clubes. O primeiro deles, com investimento de cerca de R$ 2 milhões, é o do Corinthians, que será
lançado em julho. Segundo Dilson Santos, vice-presidente da
Fox para a América Latina, o projeto inclui 14 times. O Santos já está fechando contrato, e o São Paulo e o Palmeiras
começaram as negociações. O potencial desse negócio convenceu os executivos da matriz, nos EUA, a abrirem exceção
às produções da filial brasileira no país. Hoje, as produções
da Fox são centralizadas nos EUA e na Austrália, mas, nesse
projeto, serão feitas por estúdios independentes no Brasil.
DE OLHO
A Anatel se reuniu no fim
de maio com executivos da
Oi para avaliar se a manutenção dos empregos por três
anos, exigência para a aprovação da fusão com a Brasil
Telecom, está sendo cumprida. A conclusão foi de que,
mesmo com as demissões
neste ano, as contratações
deixaram o saldo positivo.
Em março, a Oi tinha 31.521
funcionários, ante 25.542
em fevereiro de 2008.
HOMENAGEM
Abram Szajman (Fecomercio SP) vai receber hoje o
título de cidadão honorário
de Santo André (SP). A homenagem será feita pela Câmara de Santo André.
PRATELEIRA
O Wal-Mart terá um centro
de distribuição ecoeficiente,
em MG. Os 390 trabalhadores contratados farão cursos
sobre sustentabilidade.
Indústria de MG perde 11% da receita em abril
A indústria mineira não
deu continuidade em abril
ao crescimento registrado
em março. O faturamento do
setor caiu 11% no mês, feitos
os ajustes sazonais, segundo
informações da Fiemg.
"Os nossos dados indicam
que a economia não começou a se recuperar ainda",
afirma Robson Braga de Andrade, presidente da Fiemg.
A queda na atividade, no
entanto, não aumentou o desemprego. O número de vagas formais teve um crescimento tímido no mês de
abril, de 0,7%.
Andrade afirma que o cenário é mais de incerteza que
de recuperação na indústria
mineira. Segundo ele, o setor
tem apresentado sinais contraditórios.
A indústria automotiva do
Estado, por exemplo, encolheu 13% em abril após registrar um recorde de receita
em março, com expansão de
34% no mês.
"Março foi um mês de reposição de estoques. Como o
resultado foi bom, a comparação com abril provoca um
efeito estatístico de queda."
com JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI e JULIO WIZIACK
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