São Paulo, quarta-feira, 03 de junho de 2009

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

Empresas ainda enfrentam cenário adverso, diz Fundap

Apesar do clima de otimismo de empresários e economistas de que a economia brasileira começou a se recuperar, o último balanço trimestral das empresas mostra que elas ainda enfrentam um cenário adverso: de queda no lucro, aumento das despesas financeiras e rentabilidade menor. A análise é da Fundap (Fundação do Desenvolvimento Administrativo), com base em levantamento no balanço do primeiro trimestre de 227 empresas brasileiras não financeiras.
Enquanto o lucro líquido total dessas empresas caiu 23,2%, as despesas financeiras subiram 20,7%. Isso significa uma perda de R$ 5 bilhões para essas empresas acompanhada de um gasto extra de R$ 1 bilhão.
Para Geraldo Biasoto Junior, diretor-executivo da Fundap, os números refletem o impacto da crise econômica no Brasil, que se agravou em setembro de 2008. Segundo ele, a novidade deste trimestre é que o lucro das atividades foi afetado -a queda chegou a 18%.
"No final do ano passado, as perdas foram mais financeiras que operacionais. A mudança brusca no câmbio gerou baixas nas operações com derivativos e na dívida dolarizada. No começo do ano, os balanços já mostram um impacto real da crise, com perdas no lucro das atividades."
Segundo Biasoto, o lucro menor no primeiro trimestre reflete diretamente a queda nas vendas das empresas. O aumento das despesas financeiras, por sua vez, mostra tanto uma necessidade maior das companhias de utilizar crédito quanto o custo maior dos empréstimos.
Para Biasoto, o segundo trimestre do ano continuará com um cenário difícil para as empresas, que ainda terão dificuldades para comercializar seus produtos. A boa notícia, segundo ele, é que a queda do dólar provoca "um refresco cambial" na dívida em moeda estrangeiras e no custo do crédito internacional para as companhias brasileiras.

DVD DO TIME
A divisão de vídeo da Fox no Brasil vai lançar filmes sobre a história de times de futebol do país e vendê-los como produtos oficiais dos clubes. O primeiro deles, com investimento de cerca de R$ 2 milhões, é o do Corinthians, que será lançado em julho. Segundo Dilson Santos, vice-presidente da Fox para a América Latina, o projeto inclui 14 times. O Santos já está fechando contrato, e o São Paulo e o Palmeiras começaram as negociações. O potencial desse negócio convenceu os executivos da matriz, nos EUA, a abrirem exceção às produções da filial brasileira no país. Hoje, as produções da Fox são centralizadas nos EUA e na Austrália, mas, nesse projeto, serão feitas por estúdios independentes no Brasil.

DE OLHO
A Anatel se reuniu no fim de maio com executivos da Oi para avaliar se a manutenção dos empregos por três anos, exigência para a aprovação da fusão com a Brasil Telecom, está sendo cumprida. A conclusão foi de que, mesmo com as demissões neste ano, as contratações deixaram o saldo positivo. Em março, a Oi tinha 31.521 funcionários, ante 25.542 em fevereiro de 2008.

HOMENAGEM
Abram Szajman (Fecomercio SP) vai receber hoje o título de cidadão honorário de Santo André (SP). A homenagem será feita pela Câmara de Santo André.

PRATELEIRA
O Wal-Mart terá um centro de distribuição ecoeficiente, em MG. Os 390 trabalhadores contratados farão cursos sobre sustentabilidade.

Indústria de MG perde 11% da receita em abril

A indústria mineira não deu continuidade em abril ao crescimento registrado em março. O faturamento do setor caiu 11% no mês, feitos os ajustes sazonais, segundo informações da Fiemg.
"Os nossos dados indicam que a economia não começou a se recuperar ainda", afirma Robson Braga de Andrade, presidente da Fiemg.
A queda na atividade, no entanto, não aumentou o desemprego. O número de vagas formais teve um crescimento tímido no mês de abril, de 0,7%.
Andrade afirma que o cenário é mais de incerteza que de recuperação na indústria mineira. Segundo ele, o setor tem apresentado sinais contraditórios.
A indústria automotiva do Estado, por exemplo, encolheu 13% em abril após registrar um recorde de receita em março, com expansão de 34% no mês.
"Março foi um mês de reposição de estoques. Como o resultado foi bom, a comparação com abril provoca um efeito estatístico de queda."

com JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI e JULIO WIZIACK


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