São Paulo, quarta-feira, 03 de junho de 2009

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BB volta a cortar juros e amplia prazo para imóveis

GUILHERME BARROS
COLUNISTA DA FOLHA

Uma semana depois de ter anunciado uma ampla redução dos juros sobre suas linhas de crédito, o Banco do Brasil decidiu também baixar as taxas e ampliar o prazo das linhas de financiamento imobiliário. Além disso, elevou o prazo no financiamento de veículos novos de 60 para 72 meses.
A menor taxa no crédito imobiliário do BB passa de 8,9% para 8,4% ao ano, mais a taxa referencial (TR). O valor a ser financiado também aumenta de 80% para 90% sobre o total de venda ou de avaliação do imóvel (vale o menor). O limite de comprometimento da renda líquida deve ser de até 30%.
O BB também decidiu aumentar o prazo do financiamento imobiliário dos atuais 300 meses (25 anos) para até 360 meses (30 anos). A faixa inicial do valor do imóvel a ser financiado também foi aumentada, de R$ 120 mil para R$ 150 mil. O valor máximo a ser financiado é de R$ 450 mil para as operações do SFH (Sistema Financeiro da Habitação) e de R$ 1,5 milhão com recursos da carteira hipotecária.
Para os imóveis com valor acima de R$ 500 mil, as taxas cobradas pelo BB baixaram de 12% para 11% ao ano, mais TR, na modalidade pós-fixada. A taxa cobrada nas operações prefixadas para essa faixa de imóvel caiu de 15,08% ao ano para 13%.
O vice-presidente de Novos Negócios de Varejo do Banco do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli, afirma que o banco tomou essa decisão por motivos técnicos, e não políticos. De acordo com ele, não houve nenhuma pressão do governo para o BB promover essa nova rodada de queda dos juros.
Há cerca de dois meses, o governo trocou a presidência do Banco do Brasil. Aldemir Bendine assumiu a presidência no lugar de Antônio Francisco de Lima Neto, que pediu demissão depois de pressionado pelo governo a baixar os juros dos empréstimos. Desde que assumiu, Bendine já promoveu duas rodadas de queda de juros.

"Oportunidade"
De acordo com Caffarelli, a mudança de cenário, hoje, permite ao Banco do Brasil adotar uma política mais agressiva de redução de juros. Segundo ele, os indicadores econômicos estão melhorando. Ele cita principalmente as melhoras nos índices de inadimplência.
"Tanto que esse movimento de redução dos juros não está sendo feito apenas pelos bancos públicos mas também pelos privados", diz Caffarelli. "Há hoje uma oportunidade muito grande para ampliação do crédito, e o Banco do Brasil quer aproveitar essa chance."
Além disso, o Banco do Brasil tem planos ambiciosos de expansão na área do crédito imobiliário. O objetivo é de, em 2012, ser um dos três maiores aplicadores nesse mercado.
O BB começou a atuar nessa área somente no ano passado e, atualmente, possui apenas R$ 300 milhões aplicados, de um mercado total de R$ 100 bilhões. Os planos são de fechar o ano com uma carteira no valor de R$ 1,5 bilhão.
Segundo Caffarelli, há muito espaço para crescer nesse setor no país. O total das transações imobiliárias ao ano no Brasil não chega a 3% do PIB, enquanto no Chile é de 17%, e, no México, de 11%. A diferença é que esse mercado no país vem dobrando a cada ano. Em 2006, somava R$ 9,5 bilhões; em 2007, R$ 18 bilhões; e, no ano passado, R$ 30 bilhões.


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