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BB volta a cortar juros e amplia prazo para imóveis
GUILHERME BARROS
COLUNISTA DA FOLHA
Uma semana depois de ter
anunciado uma ampla redução
dos juros sobre suas linhas de
crédito, o Banco do Brasil decidiu também baixar as taxas e
ampliar o prazo das linhas de financiamento imobiliário. Além
disso, elevou o prazo no financiamento de veículos novos de
60 para 72 meses.
A menor taxa no crédito imobiliário do BB passa de 8,9% para 8,4% ao ano, mais a taxa referencial (TR). O valor a ser financiado também aumenta de
80% para 90% sobre o total de
venda ou de avaliação do imóvel (vale o menor). O limite de
comprometimento da renda líquida deve ser de até 30%.
O BB também decidiu aumentar o prazo do financiamento imobiliário dos atuais
300 meses (25 anos) para até
360 meses (30 anos). A faixa
inicial do valor do imóvel a ser
financiado também foi aumentada, de R$ 120 mil para R$ 150
mil. O valor máximo a ser financiado é de R$ 450 mil para
as operações do SFH (Sistema
Financeiro da Habitação) e de
R$ 1,5 milhão com recursos da
carteira hipotecária.
Para os imóveis com valor
acima de R$ 500 mil, as taxas
cobradas pelo BB baixaram de
12% para 11% ao ano, mais TR,
na modalidade pós-fixada. A taxa cobrada nas operações prefixadas para essa faixa de imóvel
caiu de 15,08% ao ano para 13%.
O vice-presidente de Novos
Negócios de Varejo do Banco
do Brasil, Paulo Rogério Caffarelli, afirma que o banco tomou
essa decisão por motivos técnicos, e não políticos. De acordo
com ele, não houve nenhuma
pressão do governo para o BB
promover essa nova rodada de
queda dos juros.
Há cerca de dois meses, o governo trocou a presidência do
Banco do Brasil. Aldemir Bendine assumiu a presidência no
lugar de Antônio Francisco de
Lima Neto, que pediu demissão
depois de pressionado pelo governo a baixar os juros dos empréstimos. Desde que assumiu,
Bendine já promoveu duas rodadas de queda de juros.
"Oportunidade"
De acordo com Caffarelli, a
mudança de cenário, hoje, permite ao Banco do Brasil adotar
uma política mais agressiva de
redução de juros. Segundo ele,
os indicadores econômicos estão melhorando. Ele cita principalmente as melhoras nos índices de inadimplência.
"Tanto que esse movimento
de redução dos juros não está
sendo feito apenas pelos bancos públicos mas também pelos
privados", diz Caffarelli. "Há
hoje uma oportunidade muito
grande para ampliação do crédito, e o Banco do Brasil quer
aproveitar essa chance."
Além disso, o Banco do Brasil
tem planos ambiciosos de expansão na área do crédito imobiliário. O objetivo é de, em
2012, ser um dos três maiores
aplicadores nesse mercado.
O BB começou a atuar nessa
área somente no ano passado e,
atualmente, possui apenas R$
300 milhões aplicados, de um
mercado total de R$ 100 bilhões. Os planos são de fechar o
ano com uma carteira no valor
de R$ 1,5 bilhão.
Segundo Caffarelli, há muito
espaço para crescer nesse setor
no país. O total das transações
imobiliárias ao ano no Brasil
não chega a 3% do PIB, enquanto no Chile é de 17%, e, no
México, de 11%. A diferença é
que esse mercado no país vem
dobrando a cada ano. Em 2006,
somava R$ 9,5 bilhões; em
2007, R$ 18 bilhões; e, no ano
passado, R$ 30 bilhões.
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