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Dólar recua para R$ 1,924 com fluxo de estrangeiros
Após três dias de alta, Bolsa paulista tem baixa de 0,89%
EPAMINONDAS NETO
DA FOLHA ONLINE
Diante do crescente fluxo de
recursos estrangeiros, o dólar
recuou ontem pelo oitavo dia
seguido e fechou a R$ 1,924 -o
menor valor desde 30 de setembro do ano passado.
Apesar da desvalorização de
21,2% no ano, a taxa de câmbio
ainda não retornou ao patamar
anterior à pior fase da crise
mundial, quando estava abaixo
de R$ 1,80.
O mercado deve conhecer
hoje com detalhes a dimensão
dos recursos que ajudaram a
baratear a moeda americana
nas últimas semanas. Em oito
dias úteis, o preço da moeda cedeu de R$ 2,11 para R$ 1,92,
com queda de 8,8%. Somente
ontem o recuo foi de 1,48%.
Embora alguns analistas reivindiquem fatores mais técnicos para explicar o derretimento do dólar, boa parte dos profissionais do setor costuma
apontar apenas uma razão
principal: a entrada de divisas
num ambiente de negócios em
que o BC figura como um dos
poucos compradores.
Além da balança comercial e
da aplicações em ativos financeiros, analistas já destacam o
retorno incipiente das captações externas, interrompidas
pela crise de crédito, como estímulo para o recuo do dólar.
"Você vê muitas empresas
com programações para fazer
novas captações. E algumas já
estão com essas programações
bem adiantadas", afirma Mário
Paiva, da corretora Liquidez.
Bolsa
A Bolsa, no entanto, concluiu
os negócios de ontem com viés
negativo, em queda de 0,89%,
com a opção dos investidores
por vender ações que ficaram
mais caras nas últimas semanas. Mesmo em Wall Street, a
Bolsa de Nova York teve alta
bastante modesta, de 0,22%.
Pelo Ibovespa, as ações brasileiras subiram quase 44% desde janeiro. Por esse motivo, cada vez mais gestores têm manifestado reservas quanto à perspectiva de a Bolsa subir ainda
mais no curto prazo.
Para Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos, é grande a possibilidade de a Bolsa continuar
"andando de lado" nos próximos dias. "Depois de vários dias
subindo, temos uma segurada
[nos preços]. Devemos ter uma
Bolsa bastante cautelosa."
Até sexta-feira, o bom humor
do mercado vai passar por vários testes: hoje, os investidores
devem repercutir o índice ISM,
que mostra o desempenho do
setor de serviços dos EUA.
No último pregão da semana,
os números sobre o mercado de
trabalho devem mexer com o
rumo dos negócios.
Colaborou TONI SCIARRETTA, da Reportagem
Local
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