São Paulo, quarta-feira, 03 de junho de 2009

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Dólar recua para R$ 1,924 com fluxo de estrangeiros

Após três dias de alta, Bolsa paulista tem baixa de 0,89%

EPAMINONDAS NETO
DA FOLHA ONLINE

Diante do crescente fluxo de recursos estrangeiros, o dólar recuou ontem pelo oitavo dia seguido e fechou a R$ 1,924 -o menor valor desde 30 de setembro do ano passado.
Apesar da desvalorização de 21,2% no ano, a taxa de câmbio ainda não retornou ao patamar anterior à pior fase da crise mundial, quando estava abaixo de R$ 1,80.
O mercado deve conhecer hoje com detalhes a dimensão dos recursos que ajudaram a baratear a moeda americana nas últimas semanas. Em oito dias úteis, o preço da moeda cedeu de R$ 2,11 para R$ 1,92, com queda de 8,8%. Somente ontem o recuo foi de 1,48%.
Embora alguns analistas reivindiquem fatores mais técnicos para explicar o derretimento do dólar, boa parte dos profissionais do setor costuma apontar apenas uma razão principal: a entrada de divisas num ambiente de negócios em que o BC figura como um dos poucos compradores.
Além da balança comercial e da aplicações em ativos financeiros, analistas já destacam o retorno incipiente das captações externas, interrompidas pela crise de crédito, como estímulo para o recuo do dólar.
"Você vê muitas empresas com programações para fazer novas captações. E algumas já estão com essas programações bem adiantadas", afirma Mário Paiva, da corretora Liquidez.

Bolsa
A Bolsa, no entanto, concluiu os negócios de ontem com viés negativo, em queda de 0,89%, com a opção dos investidores por vender ações que ficaram mais caras nas últimas semanas. Mesmo em Wall Street, a Bolsa de Nova York teve alta bastante modesta, de 0,22%. Pelo Ibovespa, as ações brasileiras subiram quase 44% desde janeiro. Por esse motivo, cada vez mais gestores têm manifestado reservas quanto à perspectiva de a Bolsa subir ainda mais no curto prazo.
Para Newton Rosa, economista-chefe da Sul América Investimentos, é grande a possibilidade de a Bolsa continuar "andando de lado" nos próximos dias. "Depois de vários dias subindo, temos uma segurada [nos preços]. Devemos ter uma Bolsa bastante cautelosa."
Até sexta-feira, o bom humor do mercado vai passar por vários testes: hoje, os investidores devem repercutir o índice ISM, que mostra o desempenho do setor de serviços dos EUA.
No último pregão da semana, os números sobre o mercado de trabalho devem mexer com o rumo dos negócios.


Colaborou TONI SCIARRETTA, da Reportagem Local


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