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CONCORRÊNCIA
Instituições investem em publicidade e promovem descontos, em resposta à "acusação" de que não são competitivas
Bancos reagem a críticas e cortam tarifas
ÉRICA FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
Acusado pelo atual governo e
até pelo FMI (Fundo Monetário
Internacional) de não ser competitivo, o setor bancário brasileiro
começou a reagir. Na esteira da
recente onda de corte de juros, o
Unibanco anunciou ontem reduções de tarifas de serviços para pequenas e médias empresas.
Embora tenha críticas ao programa de microcrédito do governo, o banco divulgou também
que terá R$ 34 milhões disponíveis para esse tipo de operação,
com a qual diz que vai perder dinheiro [leia texto nesta página].
O alvo do programa de redução
de tarifas do Unibanco são empresas com faturamento de até R$
40 milhões por ano. Esses clientes
ganharão descontos em tarifas de
acordo com o saldo médio dos investimentos que mantenham, o
volume de serviços e produtos
que utilizem e com a quantidade
de operações que fizerem por
meio da internet.
Segundo Rogério Braga, diretor-executivo de marketing e produtos do Unibanco, a isenção de
tarifas nos pacotes específicos por
faixa de tamanho das empresas
poderá ser total:
"Nossa estratégia de ataque a esse segmento atrativo é beneficiar
aqueles clientes que estiverem
dispostos a aumentar seu grau de
relacionamento com o banco".
O objetivo do Unibanco é aumentar sua base de clientes empresariais dos atuais 460 mil para
600 mil em cinco anos. Indiretamente, pretende atrair clientes
que sejam pessoas físicas, conquistando o serviço de pagamento de salários das empresas. No
total, pretende que sua base de
clientes aumente em 3,5 milhões.
Com uma política agressiva de
publicidade, o banco espera que
parte desses clientes venha da
concorrência. O problema é que
outros bancos seguem exatamente o mesmo caminho.
Outras campanhas
O HSBC, por exemplo, lançou
há quase dois meses um programa de redução de tarifas. O foco,
no entanto, são pessoas físicas. Intenção declarada pelo banco: conquistar 500 mil novos clientes até
o fim deste ano.
Só os investimentos em publicidade da promoção estão custando à instituição R$ 9,8 milhões.
A Folha apurou que outro importante banco de varejo nacional
estuda a possibilidade de lançar
um programa de corte de tarifas.
De acordo com Erivelto Rodrigues, sócio da Austin Asis, o aumento da concorrência no setor
bancário tem sido estimulada,
principalmente, pelas cobranças e
constantes críticas do governo.
Para o especialista, é improvável
que os bancos consigam aumento
significativo da base de clientes
por meio dessas promoções. Isso
não quer dizer, no entanto, que
devam perder dinheiro com as
promoções de tarifas: "A tendência é que eles ganhem com o aumento de volume dos negócios".
Além dos cortes de tarifas de
serviços, algumas das principais
instituições financeiras do país
anunciaram nas últimas semanas
redução das taxas de juros cobradas em operações de crédito. Foram os caso de Bradesco, Itaú e do
próprio Unibanco.
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