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São Paulo, quinta-feira, 03 de julho de 2003

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CONCORRÊNCIA

Instituições investem em publicidade e promovem descontos, em resposta à "acusação" de que não são competitivas

Bancos reagem a críticas e cortam tarifas

ÉRICA FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL

Acusado pelo atual governo e até pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) de não ser competitivo, o setor bancário brasileiro começou a reagir. Na esteira da recente onda de corte de juros, o Unibanco anunciou ontem reduções de tarifas de serviços para pequenas e médias empresas.
Embora tenha críticas ao programa de microcrédito do governo, o banco divulgou também que terá R$ 34 milhões disponíveis para esse tipo de operação, com a qual diz que vai perder dinheiro [leia texto nesta página].
O alvo do programa de redução de tarifas do Unibanco são empresas com faturamento de até R$ 40 milhões por ano. Esses clientes ganharão descontos em tarifas de acordo com o saldo médio dos investimentos que mantenham, o volume de serviços e produtos que utilizem e com a quantidade de operações que fizerem por meio da internet.
Segundo Rogério Braga, diretor-executivo de marketing e produtos do Unibanco, a isenção de tarifas nos pacotes específicos por faixa de tamanho das empresas poderá ser total:
"Nossa estratégia de ataque a esse segmento atrativo é beneficiar aqueles clientes que estiverem dispostos a aumentar seu grau de relacionamento com o banco".
O objetivo do Unibanco é aumentar sua base de clientes empresariais dos atuais 460 mil para 600 mil em cinco anos. Indiretamente, pretende atrair clientes que sejam pessoas físicas, conquistando o serviço de pagamento de salários das empresas. No total, pretende que sua base de clientes aumente em 3,5 milhões.
Com uma política agressiva de publicidade, o banco espera que parte desses clientes venha da concorrência. O problema é que outros bancos seguem exatamente o mesmo caminho.

Outras campanhas
O HSBC, por exemplo, lançou há quase dois meses um programa de redução de tarifas. O foco, no entanto, são pessoas físicas. Intenção declarada pelo banco: conquistar 500 mil novos clientes até o fim deste ano.
Só os investimentos em publicidade da promoção estão custando à instituição R$ 9,8 milhões.
A Folha apurou que outro importante banco de varejo nacional estuda a possibilidade de lançar um programa de corte de tarifas.
De acordo com Erivelto Rodrigues, sócio da Austin Asis, o aumento da concorrência no setor bancário tem sido estimulada, principalmente, pelas cobranças e constantes críticas do governo.
Para o especialista, é improvável que os bancos consigam aumento significativo da base de clientes por meio dessas promoções. Isso não quer dizer, no entanto, que devam perder dinheiro com as promoções de tarifas: "A tendência é que eles ganhem com o aumento de volume dos negócios".
Além dos cortes de tarifas de serviços, algumas das principais instituições financeiras do país anunciaram nas últimas semanas redução das taxas de juros cobradas em operações de crédito. Foram os caso de Bradesco, Itaú e do próprio Unibanco.


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