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Unibanco diz
que perde com
microcrédito
DA REPORTAGEM LOCAL
O Unibanco admitiu ontem que
terá prejuízo com o programa de
microempréstimos lançado pelo
governo. Segundo Rogério Braga,
diretor-executivo de marketing e
produtos do banco, a taxa de 2%
que será cobrada por mês nesses
financiamentos não cobre nem os
custos operacionais e de captação.
De acordo com ele, a taxa mínima que o banco consegue cobrar
em operações de microfinanças e
garantir uma margem mínima de
lucro é 3,9%. Esse é o valor cobrado pela instituição no programa
de microcrédito que desenvolveu
no ano passado com o Banco
Mundial.
"Provavelmente vamos perder
dinheiro nesse programa, mas vamos emprestar assim mesmo
porque queremos contribuir com
o governo", disse Braga à Folha.
Segundo ele, no entanto, essa situação poderá mudar se o governo reduzir as taxa básica de juros
-e, principalmente, o percentual
dos compulsórios, hoje equivalente a 60% para os depósitos à
vista. Isso tende a reduzir o custo
de captação dos bancos. De forma
geral, as instituições têm pressionado fortemente o governo para
que o compulsório seja reduzido.
No projeto de microempréstimos elaborado pelo governo federal, as instituições financeiras podem liberar 2% dos depósitos
presos no compulsório se optarem por emprestar esses recursos
a pequenos empreendedores.
Caixa Econômica Federal e Banco
do Brasil oferecerão oficialmente
essas linhas de crédito. Para os demais bancos, a decisão é opcional.
(EF)
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