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POLÊMICA
Produtos terão rotulagem, mas proibição deve cair
União Européia fica a um passo da liberalização dos transgênicos
DA REDAÇÃO
O Parlamento Europeu aprovou ontem uma lei que torna
obrigatória a rotulagem e a certificação de origem dos produtos geneticamente modificados. A medida foi interpretada como um
movimento para acabar com a
proibição de transgênicos na
União Européia.
Pelas novas regras, todo produto que contiver 0,9% ou mais de
organismos geneticamente modificados será rotulado como transgênico. A rotulagem se estende
para rações animais e para todos
os produtos que levarem óleos de
soja ou de milho transgênicos.
A comercialização de produtos
transgênicos está proibida na
União Européia há cinco anos, o
que levou os Estados Unidos, onde a soja transgênica é liberada, a
abrirem um painel na OMC (Organização Mundial do Comércio)
contra a UE. Os Estados Unidos
dizem que a proibição seria uma
espécie de barreira não-tarifária.
Os que são contra a liberação
dos transgênicos dizem que a medida, na prática, vai fazer com que
a União Européia permaneça fechada aos organismos geneticamente modificados, já que os consumidores escolheriam os produtos convencionais.
"Essa nova legislação abre caminho para uma Europa livre de
transgênicos", afirma Geert Ritsema, do grupo Amigos da Terra.
Os Estados Unidos também não
acham que a medida seja liberal.
Eles reclamam que a regulamentação aprovada é cara e difícil para
os fornecedores e confusa para os
consumidores.
Produtores americanos dizem
que a proibição aos transgênicos
na Europa custa a eles US$ 300
milhões por ano em perdas nas
exportações. Nos Estados Unidos,
os produtos geneticamente modificados não são rotulados.
Brasil
Para Gilman Viana Rodrigues,
vice-presidente para assuntos internacionais da CNA (Confederação Nacional da Agricultura), a
decisão da União Européia traz
um sinal novo para o Brasil. "Isso
pode fazer com que o Brasil acelere a liberação dos transgênicos."
Segundo ele, o argumento de
que a soja transgênica faz mal à
saúde cai por terra. "Se a lei manda que o produto seja rotulado, é
porque acredita que não faz mal à
saúde. Se fizesse mal, seria proibido, não rotulado."
Com agências internacionais
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