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São Paulo, quinta-feira, 03 de julho de 2003

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VARIG/TAM

Banco diz que só vai financiar fusão quando grupos externos reduzirem pretensões e reconhecerem perdas

Credor deve amargar prejuízo, diz BNDES

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

O presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Carlos Lessa, advertiu ontem os credores da Varig e da TAM a moderarem as pretensões de recuperação de seus créditos a partir da fusão das duas companhias.
Ele afirmou que, ao definirem como irão se posicionar dentro da nova empresa, os credores da Varig e da TAM terão que levar em conta que eles são "perdedores" nas operações passadas e que a recuperação dos seus créditos depende da participação do BNDES no novo negócio.
"O BNDES vai criar uma nova companhia e chamar os outros credores para entrar conosco, negociando condições que não punam essa nova companhia. Eles são perdedores do que aplicaram no negócio [antigo], por definição. Se o BNDES não entrar, virou pó", disse. A Varig tem uma dívida declarada de US$ 800 milhões.
Lessa não quis dizer o formato da ajuda do banco à nova empresa, se simples empréstimo ou participação acionária. "O banco tem inúmeras possibilidades de formatar a operação", afirmou.
O presidente do BNDES disse também que a nova empresa aérea terá "céu de brigadeiro", o que significa dizer que não serão transportados para dentro dela passivos das empresas atuais.
Lessa afirmou que o banco não fará o aporte à nova empresa "no grito". Ele reclamou de que diariamente fica sabendo pelos jornais de valores que o banco estatal irá emprestar à nova empresa: "Nós não fornecemos (sic) operações, digamos, no grito".
Segundo Lessa, a diretoria do BNDES "firmou posição" de só fazer algum movimento em relação ao empréstimo quando receber carta-consulta acompanhada do compromisso formal de que a fusão é irreversível.
"Vamos colocar o que for necessário para a companhia se desenvolver", disse, ressalvando que obedecerá os limites das avaliações técnicas do banco sobre itens como garantias.


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