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VARIG/TAM
Banco diz que só vai financiar fusão quando grupos externos reduzirem pretensões e reconhecerem perdas
Credor deve amargar prejuízo, diz BNDES
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
O presidente do BNDES (Banco
Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), Carlos Lessa, advertiu ontem os credores da
Varig e da TAM a moderarem as
pretensões de recuperação de
seus créditos a partir da fusão das
duas companhias.
Ele afirmou que, ao definirem
como irão se posicionar dentro da
nova empresa, os credores da Varig e da TAM terão que levar em
conta que eles são "perdedores"
nas operações passadas e que a recuperação dos seus créditos depende da participação do BNDES
no novo negócio.
"O BNDES vai criar uma nova
companhia e chamar os outros
credores para entrar conosco, negociando condições que não punam essa nova companhia. Eles
são perdedores do que aplicaram
no negócio [antigo], por definição. Se o BNDES não entrar, virou
pó", disse. A Varig tem uma dívida declarada de US$ 800 milhões.
Lessa não quis dizer o formato
da ajuda do banco à nova empresa, se simples empréstimo ou participação acionária. "O banco tem
inúmeras possibilidades de formatar a operação", afirmou.
O presidente do BNDES disse
também que a nova empresa aérea terá "céu de brigadeiro", o que
significa dizer que não serão
transportados para dentro dela
passivos das empresas atuais.
Lessa afirmou que o banco não
fará o aporte à nova empresa "no
grito". Ele reclamou de que diariamente fica sabendo pelos jornais de valores que o banco estatal
irá emprestar à nova empresa:
"Nós não fornecemos (sic) operações, digamos, no grito".
Segundo Lessa, a diretoria do
BNDES "firmou posição" de só
fazer algum movimento em relação ao empréstimo quando receber carta-consulta acompanhada
do compromisso formal de que a
fusão é irreversível.
"Vamos colocar o que for necessário para a companhia se desenvolver", disse, ressalvando que
obedecerá os limites das avaliações técnicas do banco sobre itens
como garantias.
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