|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Fontes alternativas ainda "engatinham"
DA REPORTAGEM LOCAL
Projetos buscando fontes "limpas" e mais baratas de energia saíram das gavetas nos últimos dois
anos, mas ainda "engatinham". É
o caso do biodiesel, à base de mamona, da exploração do gás da
bacia de Santos e da geração de
energia eólica.
"Os reflexos desses projetos na
matriz energética levarão anos
para ocorrer. Eles são intensivos
em capital e dependem de políticas de governo", diz Fábio Silveira, diretor da MS Consult.
Na sua opinião, a recente crise
da Bolívia, ameaçando o abastecimento interno de gás, e o aumento dos preços do petróleo por dois
anos consecutivos deixaram claro
que a exploração das reservas da
bacia de Santos é prioritária.
No entanto a Petrobras ainda
está na fase de medição das reservas, segundo Adriano Pires, do
CBIE. A reserva descoberta em
2003 na bacia de Santos pela Petrobras -estimada inicialmente
em 419 bilhões de metros cúbicos,
dos quais 120 bilhões foram comprovados -só deverá entrar em
produção em 2008. O prazo inicialmente previsto era 2010, mas
foi antecipado pela estatal. A Petrobras estima uma capacidade
de produção de 15 milhões de m3
diários de gás a partir de 2008.
Biodiesel
Outro projeto estratégico, na visão do governo, é o do biodiesel
-óleo produzido a partir da mamona e de outras oleaginosas.
Aos preços atuais do petróleo, ele
se torna competitivo até sem incentivos fiscais, dizem analistas.
Estudo do Ministério de Minas
e Energia com a mamona mostrou que o biodiesel é competitivo
com o petróleo a US$ 35 o barril,
mas dependeria de isenção fiscal.
Lançado em 2003, o Programa
Nacional de Produção e Uso de
Biodiesel (PNPB) é um programa
interministerial -envolve 14 ministérios- e visa substituir gradualmente o consumo de diesel
no país, que é da ordem de 38,2 bilhões de litros anuais. Principal
combustível usado no transporte
de cargas, 10% do consumo é suprido com importação.
Segundo o MME, o uso comercial do B2 (mistura de 2% do biodiesel ao diesel) cria um mercado
potencial para a comercialização
de 800 milhões de litros de biodiesel por ano. Isso permite economia anual da ordem de US$ 160
milhões na importação de diesel.
A introdução do biodiesel na matriz energética brasileira foi estabelecida na lei 11.097/2005.
Segundo projeção do ministério, para a fase inicial do programa -entre 2005 e 2010-, quando seriam misturados 2% de biodiesel ao diesel, seriam necessários investimentos de US$ 389 milhões. Ao final desse prazo, o governo espera que o programa gere
328 mil empregos. Neste ano, já
foram autorizadas a funcionar
quatro empresas produtoras de
biodiesel pela ANP (Agência Nacional do Petróleo).
Texto Anterior: Barril de pólvora: Petróleo caro estimula produção de álcool Próximo Texto: Frase Índice
|