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Método produz etanol a baixo custo
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
Pesquisadores da FEA (Faculdade de Engenharia de Alimentos) da Unicamp (Universidade
Estadual de Campinas) desenvolveram um sistema inédito que
permite triplicar a produção de
álcool e reduzir custos do processo industrial nas usinas.
O álcool, ou etanol -que pode
ser usado como combustível nos
postos e como produto das indústrias farmacêutica e de bebidas-,
é produzido a partir de melaço da
cana-de-açúcar. "O sistema beneficia a indústria, com a redução de
custos como gastos com energia e
transportes, e poderá diminuir o
preço do etanol na bomba, pois
sua produtividade será maior",
disse um dos pesquisadores envolvidos, o professor da FEA
Francisco Maugeri Filho.
Os pesquisadores desenvolveram também um software que
permite a tomada de dados e o
controle geral do processo.
O novo método já teve os direitos de propriedade intelectual solicitados pela universidade. O
próximo passo da Unicamp é negociar com grupos de usineiros,
que já demonstraram interesse
em implantar o processo. Até o final deste ano os pesquisadores esperam implementar o projeto-piloto para depois passar para a escala industrial.
No novo sistema, os pesquisadores aproveitaram o método de
fermentação contínua -usado
em algumas destilarias- e somaram a esse processo a extração a
vácuo do etanol, segundo o professor da Unicamp. A extração a
vácuo diminui a toxidade do etanol pelos microorganismos que
promovem a fermentação.
Segundo o professor, quando
alcança 9 ou 10 GL (graus por litro), o álcool começa a inibir completamente a atuação do microorganismo, que "morre" por causa
da alta toxicidade gerada pelo
próprio álcool. É justamente por
causa dessa "morte" do microorganismo que os fermentadores
usados nos processos atuais têm
sua produção limitada.
"Ao retirarmos o álcool antes de
"intoxicar" os microorganismos, a
atividade biológica do microorganismo se mantém e ele [microorganismo] continua a se reproduzir. Com a extração do etanol durante o processo, podemos trabalhar com maior concentração de
açúcar", disse o pesquisador.
Com isso, a alimentação de açúcar, que antes só poderia chegar
ao máximo de 18% (ou 180 gramas por litro) no caldo de fermentação, passa a ficar mais concentrada, podendo chegar a 54%.
"Para entender o princípio do
nosso método a vácuo, é preciso
lembrar que o etanol é mais volátil, evapora mais rapidamente do
que os outros componentes. Ao
entrar em ambiente de baixa
pressão (vácuo), o etanol evapora
e passa para o condensador."
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