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Mercado tem fundo para quase tudo
Cestas de papéis negociadas como se fossem ações crescem em disparada e multiplicam possibilidade de investimento
Especialistas se dividem quanto à durabilidade das ETFs, que já reúnem 200 fundos negociados em Bolsa e US$ 341 bilhões em ativos
REBECCA KNIGHT
DO "FINANCIAL TIMES"
Quer fazer uma aposta na
prata? E quanto ao setor aerospacial? Talvez você prefira técnicas alternativas de ponderação? Com quase 200 fundos negociados em Bolsa (ETF) no
mercado, tendo sob administração por volta de US$ 341 bilhões em ativos, praticamente
qualquer coisa é possível.
E as possibilidades estão se
multiplicando. Até mesmo os
investidores que se consideram
mais atualizados quanto aos
produtos quentes do momento
podem encontrar dificuldades
para manter em dia seu conhecimento dos fundos negociados
em bolsa.
O número de ETFs -cestas
de papéis concebidas para
acompanhar a movimentação
de índices e negociadas como
se fossem ações -vem crescendo em disparada, e a cada semana surgem no mercado novos e
mais ousados produtos.
Segundo a Financial Research Corporation (FRC), empresa de Boston que acompanha a movimentação dos mercados financeiros, este ano já
foram lançados 65 ETFs, ante
52 no ano passado. Para colocar
esses números em perspectiva,
o número de ETFs lançados em
1996 não passou de 17.
De acordo com Dan Dolan,
diretor de estratégia de administração patrimonial do Sector SPDRs Trust, administrado
pela State Street, "no começo
os ETFs foram posicionados
como alternativas aos fundos
mútuos, mas uma das tendências é usar o ETF como substituto pleno das ações, eliminando riscos associados ao investimento em um único papel".
"Em outras palavras", acrescenta, "por que comprar só a
Exxon quando posso investir
em um ETF composto por empresas petroleiras e de gás e distribuir o risco?"
Dan Culleton, principal analista de ETFs na Morningstar,
que acompanha dados de fundos de investimento, diz que
"existe um ritmo frenético de
crescimento porque o nicho
dos ETFs tem o mais rápido
crescimento no mercado de
fundos mútuos, que é um mercado muito maduro".
Enquanto os operadores de
ETFs exploram iniciativas para
o segundo semestre e o futuro,
os investidores devem se preparar para chegada de uma nova leva de produtos. "A tendência é de maior especificidade,
concentração intensa, opções
mais esotéricas", diz Culleton.
A Barclays Global Investors
(BGI), maior administradora
de ETFs dos Estados Unidos,
planeja introduzir diversos
produtos que cobrem categorias de ativos de difícil acesso,
tais como commodities e papéis de renda fixa.
A State Street pediu licença
para criar 17 novos ETFs especializados em setores como lazer, software, aeronáutica,
computadores e equipamentos
de saúde. Outras administradoras de ETFs estão desenvolvendo índices que incorporam estratégias alternativas de ponderação e cálculo quantitativo.
Os especialistas do setor estão divididos quanto à durabilidade dessa tendência de inovação em termos de produtos.
David Haywood, diretor de
pesquisa de investimentos alternativos na FRC, acredita que
o mercado esteja perto da saturação. "Estamos chegando rapidamente a um ponto no qual
existirá um excesso de ETFs."
Mas Avi Nachmany, diretor
da Strategic Insight, empresa
de pesquisa de administração
de ativos, espera que a inovação
continue por algum tempo. O
motivo, diz ele, é que os compradores de ETFs não são típicos investidores em fundos.
Dolan, da State Street, diz
que apenas quando os novos
ETFs deixarem de obter sucesso a inovação perderá o ímpeto.
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