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Crédito ainda é obstáculo para reação dos EUA
DE NOVA YORK
O maior obstáculo para a recuperação da economia norte-americana continua sendo o
mercado de crédito. Até aqui,
todas as tentativas do governo
Obama para desentupir esse
canal de multiplicação da riqueza fracassaram.
Tecnicamente, os economistas usam um conceito chamado
M2 para quantificar o volume
de dinheiro em circulação na
economia e para prever, por
exemplo, o comportamento da
inflação. O M2 é composto de
tudo o que pode "virar dinheiro" rapidamente. Como depósitos à vista, aplicações financeiras e qualquer outro substituto para cédulas e moedas, como cheques de viagem. Nos
EUA, o M2 inclui basicamente
todos os valores fora do Tesouro e do Fed (o banco central).
Já o volume de crédito oferecido pelos bancos no mercado é
calculado com base no chamado "money multiplier" (ou
multiplicador de dinheiro). Isso nada mais é do que quantos
dólares o banco poderá emprestar para cada US$ 1 que tiver em reservas.
Entre 2006 e meados de
2008, a relação entre o M2 e o
"money multiplier" nos EUA
era de 9. Mas desde agosto do
ano passado ela despencou para 4,7. Isso ao mesmo tempo
em que o volume de reservas
nos bancos cresceu rapidamente após as injeções de bilhões de
dólares em dinheiro público.
Ou seja, os bancos têm hoje
tecnicamente condições de
emprestar muito mais do que
vêm fazendo. A grande dúvida é
se isso é mais resultado da procura menor entre consumidores por crédito ou se os bancos
é que seguram os empréstimos.
O que as notícias sugerem é
que a segunda opção prevalece,
com consumidores e pequenas
empresas tendo o crédito limitado ou até mesmo extinto. Outros sofrem aumentos inesperados nos juros cobrados pelo
crédito rotativo dos cartões de
crédito e de empréstimos diretos e também com alta das tarifas dos bancos.
(FCZ)
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