São Paulo, sexta-feira, 03 de julho de 2009

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Crédito ainda é obstáculo para reação dos EUA

DE NOVA YORK

O maior obstáculo para a recuperação da economia norte-americana continua sendo o mercado de crédito. Até aqui, todas as tentativas do governo Obama para desentupir esse canal de multiplicação da riqueza fracassaram.
Tecnicamente, os economistas usam um conceito chamado M2 para quantificar o volume de dinheiro em circulação na economia e para prever, por exemplo, o comportamento da inflação. O M2 é composto de tudo o que pode "virar dinheiro" rapidamente. Como depósitos à vista, aplicações financeiras e qualquer outro substituto para cédulas e moedas, como cheques de viagem. Nos EUA, o M2 inclui basicamente todos os valores fora do Tesouro e do Fed (o banco central).
Já o volume de crédito oferecido pelos bancos no mercado é calculado com base no chamado "money multiplier" (ou multiplicador de dinheiro). Isso nada mais é do que quantos dólares o banco poderá emprestar para cada US$ 1 que tiver em reservas.
Entre 2006 e meados de 2008, a relação entre o M2 e o "money multiplier" nos EUA era de 9. Mas desde agosto do ano passado ela despencou para 4,7. Isso ao mesmo tempo em que o volume de reservas nos bancos cresceu rapidamente após as injeções de bilhões de dólares em dinheiro público.
Ou seja, os bancos têm hoje tecnicamente condições de emprestar muito mais do que vêm fazendo. A grande dúvida é se isso é mais resultado da procura menor entre consumidores por crédito ou se os bancos é que seguram os empréstimos.
O que as notícias sugerem é que a segunda opção prevalece, com consumidores e pequenas empresas tendo o crédito limitado ou até mesmo extinto. Outros sofrem aumentos inesperados nos juros cobrados pelo crédito rotativo dos cartões de crédito e de empréstimos diretos e também com alta das tarifas dos bancos. (FCZ)


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