São Paulo, sexta-feira, 03 de agosto de 2007

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Abertura do setor automotivo deve ser gradual, diz Anfavea

Em encontro com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, na quarta-feira, o presidente da Anfavea, Jackson Schneider, defendeu uma redução gradual das tarifas de importação do setor automotivo caso o Brasil tenha que fazer concessões no âmbito das negociações da Rodada Doha. A tarifa é de 35% para o setor.
"O setor automotivo é sensível a uma redução das tarifas de importação se for feita de uma só vez", diz Schneider.
Dessa forma, ele diz que, caso o Brasil tenha que abrir o setor à importação, será necessário um período de transição para que as montadoras possam se adequar ao novo regime.
Schneider espera, no entanto, que o setor automotivo fique de fora da Rodada Doha, o que evitaria o corte da tarifa de importação de uma só vez. Uma das propostas na mesa de negociação é a de não alterar as alíquotas de importação dos setores considerados mais sensíveis à competição externa.
A Anfavea está concluindo um amplo trabalho sobre a competitividade do Brasil em relação aos países emergentes. O estudo deve mostrar que não é só a apreciação cambial que afeta a competitividade do setor no país. Um dos pontos destacados será a carga tributária que recai sobre a indústria, que é considerada um fator que afeta a competitividade das empresas. O trabalho deve ser concluído no final de agosto.
No encontro com Celso Amorim, Schneider defendeu também uma estratégia de política externa que estimule a adoção de acordos comerciais com outros países emergentes como Nigéria, Moçambique e Guatemala, entre outros. "O Brasil precisa se expandir para outros mercados", diz.
Segundo números da Anfavea, só os acordos comerciais que o Brasil possui com o Mercosul, Chile e México garantiram 56% das exportações totais dos últimos sete anos. De 2000 ao primeiro semestre deste ano, o Brasil exportou para os países com que possui acordos comerciais US$ 2,3 bilhões, e o total foi de US$ 4,2 bilhões.
Segundo Schneider, o setor enfrenta hoje uma queda significativa na exportação de automóveis nos últimos anos, em razão do câmbio. Em 2005, o Brasil exportava 1 milhão de carros anuais. Para este ano, a previsão é de 750 mil, o que significa uma queda de 11%.
Já em relação ao mercado interno, Schneider não tem do que se queixar. Impulsionado pelo crédito, as vendas no mercado interno vêm batendo recorde atrás de recorde todo mês. Na segunda-feira, ele anuncia mais um, o de produção de automóveis.

Brasileira lança floresta com SOS Mata Atlântica

A brasileira Química Amparo -fabricante dos produtos de limpeza e higiene da marca Ypê- se prepara para lançar a Floresta do Futuro Ypê, em parceria com a SOS Mata Atlântica.
Serão plantadas mais de 200 mil mudas de plantas em cerca de 130 hectares em Campinas (SP).
Para este ano, a meta da empresa, de acordo com Waldir Beira Júnior, diretor da marca, é alcançar 5% de mercado de esponja de lã de aço com a Brilho Ypê, cuja produção, localizada na fábrica de Amparo (SP), recebeu investimentos de R$ 8 milhões para ser ampliada.

Biodiesel impulsiona potássio

O preço médio realizado das vendas de potássio da Vale do Rio Doce no segundo trimestre deste ano subiu para US$ 240,74 por tonelada, contra US$ 198,08 no mesmo período de 2006.
Os motivos são o crescimento da demanda global por proteínas, que requer crescentes volumes de grãos, o salto na produção de álcool e do biodiesel e o maior consumo de fertilizantes para a elevação da produtividade agrícola. Tudo isso resulta em forte pressão sobre a oferta de potássio.
A produção da Vale de potássio no segundo trimestre de 2007 foi de 162 mil toneladas, contra 121 mil toneladas em igual período do ano anterior.
A Vale do Rio Doce é a única produtora de potássio do Brasil, na mina de Taquari Vassoura (SE) e está concluindo neste ano o projeto de ampliação da mina, que deve passar de uma capacidade de produção de 600 mil para 850 mil toneladas anuais. A Vale tem mais um projeto de potássio na Argentina, com investimento total de US$ 78 milhões.

NA CROÁCIA
A Cardif, seguradora do BNP Paribas, recebeu o sinal verde da autoridade regulatória da Croácia para iniciar operações de seguros no país. Com a licença, a Cardif passa a ter operações em 37 países.

EXPANSÃO
A Fundação Dom Cabral inaugura no próximo dia 9, quando vai completar 31 anos, parte de seu Centro de Desenvolvimento do Conhecimento em Gestão. O investimento total é de R$ 20 milhões.

VERY LIGHT
A Embraer está presente no Athina Onassis International Horse Show, em São Paulo, onde faz apresentação do "mock-up" (modelo em escala real) do Phenom 300, jato executivo "very light", com primeiro vôo previsto para 2008. O interior do jato é da BMW Group DesignWorks.

RESULTADO
O banco Prosper, braço financeiro do grupo Peixoto de Castro, fechou o primeiro semestre com lucro líquido de R$ 36 milhões, aumento de 509,7% em relação ao mesmo período do ano passado. A área de crédito e as operações de renda variável tiveram impacto no desempenho.


com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA

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