São Paulo, domingo, 03 de agosto de 2008

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Mulheres não devem temer suas características, afirma executiva

Líderes de empresas tiveram que aprender a administrar suas qualidades

DA REPORTAGEM LOCAL

Carmem Campos Pereira, 40, a primeira mulher a ocupar a presidência de uma empresa do setor de infra-estrutura no Brasil -ela dirige o Grupo Rede, de geração e distribuição de energia elétrica-, diz que já foi aconselhada a deixar de usar seus dois grandes anéis de ouro, que ostenta um em cada mão, e os brincos chamativos. "Não obedeço a esse tipo de regra. E, além disso, detesto brinco pequeno", diz, rindo.
Conhecida como negociadora extremamente talentosa, Pereira credita o seu sucesso nessa área a duas habilidades: a capacidade de ouvir e a perspicácia para entender rapidamente o seu interlocutor. Ela talvez seja o melhor exemplo de executiva que consegue revelar na hora certa o lado feminino e o lado masculino. Logo depois de apontar essas características como das suas maiores, Pereira completa, objetiva: "Para mim, nunca fez a menor diferença quem está do outro lado da mesa. Nunca me deixei intimidar".
Duda Escobar, 59, cantora lírica e diretora da feira de imagem PhotoImageBrazil, também não. Mesmo ouvindo piadas a respeito do seu trabalho quando começou a organizar o evento -"Até os folhetos de divulgação que eu criava os colegas consideravam femininos demais"-, não desistiu. "O dono da empresa, Caio de Alcântara Machado, apoiava-me bastante e isso fez toda a diferença. Ele era um visionário e soube extrair de mim o meu melhor, que é a veia artística", lembra.
Para Ana Maria Nubié, 41, vice-presidente de atendimento da Agência Click, especializada em interatividade, as mulheres não devem temer as suas próprias características. "É preciso aprender a utilizá-las, isso sim", ensina. "Nos meus 20 anos de carreira, vi muitas colegas negando a condição feminina, de que se emociona, os hormônios ficam bagunçados etc. A partir do momento em que se reconhecem essas particularidades, é mais fácil administrá-las de forma pragmática."
"Em alguns quesitos, as mulheres até levam vantagem, como no gerenciamento de equipes, pela sua capacidade de lidar com pessoas", diz Nadir Moreno, 39, presidente da empresa de transporte expresso UPS no Brasil. "Gosto de roupas cor-de-rosa, mas acredito que a confiança se conquista com o modo de agir. O compromisso e o profissionalismo ficam acima de tudo." (DG)


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