|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
INTERNET
Previsão de especialistas é que a troca de micros por causa do temor do bug do milênio irá alavancar vendas
Negócios da rede devem crescer mais em 99
do Universo Online
A curva de crescimento da Internet no Brasil pode acelerar ainda
mais em 1999. É o que acredita Antonio Tavares, diretor presidente
da Abranet (Associação dos Provedores de Acesso, Conteúdo e Informação na Internet) e diretor do
provedor de acesso Dialdata.
"No ano que vem, grande parte
dos PCs em uso vai ter de ser trocada por novos, devido ao bug do
milênio (muitos computadores
usam só os dois dígitos finais para
identificar o ano, e não distinguirão entre ano 2000 e 1900)", diz.
"Só o Bradesco vai trocar 35%
do seu parque. O mesmo deve
acontecer em outras empresas e
com usuários domésticos. A projeção de venda de computadores
no Brasil em 1999 é de 8 milhões."
Para Tavares, isso significa que,
além de aumentar o número de
computadores novos, as máquinas antigas, desvalorizadas, vão
ser reaproveitadas por usuários de
renda mais baixa. "Com a privatização das teles, deve aumentar o
número de linhas disponíveis no
mercado. Os serviços de modem
de cabo também estão aí, só esperando aprovação da Anatel."
O crescimento da Internet está
gerando também novos empregos, em áreas de suporte, treinamento, produção de conteúdo,
programação etc. "De acordo
com o último estudo da Abranet,
foram gerados 30 mil empregos
em 1997. Nossa expectativa é que
este número dobre em 98 e chegue
a 90 mil em 1999."
Já Sílvio Genesini, sócio-diretor
da Andersen Consulting, acredita
que o crescimento da Internet no
Brasil pode ser contido pelo poder
aquisitivo da população. "Por enquanto, a expansão se deu nas
classes A e B", diz. "Uma grande
fatia do mercado de Internet hoje
no Brasil é o chamado "business-to-business' (transações entre empresas), que representa 70%
a 80% das transações realizadas."
A expectativa de Genesini é que
o comércio eletrônico se concentre em áreas como turismo, veículos, serviços financeiros, livros e
CDs. "O que ainda não apareceu
no Brasil é o grande site intermediário, que agrega uma quantidade de serviços de determinada
área." Um exemplo seria o Carpoint, serviço sobre carros da Microsoft.
"Em alguns casos a Web tem se
mostrado um excelente veículo
para vendas diretas, como é o caso
da Dell Computers, nos EUA", diz
Genesini. "Mas acredito que o
mercado vá começar a se consolidar em torno de agregadores, que
forneçam comparação de preços e
outros serviços."
Publicidade
As agências de publicidade não
estão com muita pressa de pegar o
bonde da Internet -alegam dificuldades de medir a audiência dos
sites. Segundo Ângelo Franzão, diretor de mídia da McCann Erickson, porém, já começa a compensar incluir a Internet no planejamento das campanhas.
"A Internet já chega a representar 0,8% do nosso faturamento",
afirma ele. "Estamos satisfeitos
com o retorno de campanhas como a da GM e da HP." A McCann
montou um departamento somente para a criação de mídia interativa, ao contrário de muitas
agências, que repassam os trabalhos para pequenas produtoras.
Para Antonio Tavares, é possível
deduzir quais serão os maiores
anunciantes da Web. "Os principais anunciantes brasileiros são
Gessy Lever, Casas Bahia, Lopes
Imóveis, Fiat, GM, Bradesco, Itaú
e Ford. Com certeza os que vão
predominar na Internet são aqueles que se dirigem aos públicos A e
B, como Ford, Fiat, GM, e aqueles
que podem tirar partido de serviços interativos. Como Lopes Imóveis (serviços de busca de imóveis), Bradesco e Itaú (serviços
bancários via Internet)."
(ME)
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|