São Paulo, Terça-feira, 03 de Agosto de 1999
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Novas cessões são suspensas

da Sucursal de Brasília

A concessão de novas rodovias federais à iniciativa privada está suspensa e não tem prazo para ser retomada. O modelo adotado na privatização de 856 quilômetros de estradas da União é questionado pelo próprio governo.
Um dos defeitos do modelo é o impacto do preço do pedágio no chamado "custo Brasil", avalia o ministro dos Transportes, Eliseu Padilha. Pelas rodovias, passam cerca de 65% do total de cargas transportadas no país.
O pedágio cobrado pelas concessionárias representa aumento de 19% no custo do transporte de um carregamento de soja entre o interior e o porto para exportação (trajeto de 400 quilômetros), calcula um dos exemplos publicados em relatório do ministério.
Os defensores da privatização alegam que o custo do pedágio é compensado pela economia que estradas em melhores condições proporcionam aos caminhoneiros. Na dúvida, e diante da elevação dos pedágios, o governo decidiu suspender o programa.
O governo concedeu à iniciativa privada, desde dezembro de 1994, apenas 5 dos 25 trechos incluídos no programa do ministério.
O país tem cerca de 62 mil quilômetros de rodovias federais, mas só a quarta parte dessa malha rodoviária foi considerada ""privatizável" pelo governo. Em mais de 45 mil quilômetros, o volume de tráfego não justifica a instalação de pedágios.
O governo já decidiu mudar o modelo de licitação para novas concessões. Ganhará a disputa quem pagar mais pela outorga de concessão e não quem oferecer o menor preço de pedágio. (MS)


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