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SP pode compensar tarifa menor
JOÃO CARLOS SILVA
da Reportagem Local
O governo do Estado de São
Paulo pode oferecer compensações às concessionárias para convencê-las a reduzir o preço do pedágio em estradas estaduais para
transportadores de cargas.
Uma alternativa que está em estudo na Secretaria de Transportes
do Estado prevê a possibilidade
de ser aumentado o tempo de
concessão para as empresas aceitarem a redução da tarifa.
Ou seja, as empresas perderiam
arrecadação com a mudança das
regras das tarifas, mas ficariam
mais tempo, em relação ao previsto nos contratos que assinaram,
com a concessão. Essa alternativa
pode derrubar a tese das empresas sobre o risco de a redução de
tarifas atingir investimentos.
Outra alternativa em estudo, segundo o secretário dos Transportes, Michael Zeitlin, seria a de facilitar o acesso a descontos já oferecidos a caminhoneiros.
Desde o ano passado, os transportadores têm subsídio, em forma de desconto, de 20% no preço
do pedágio ao comprar do governo cupons em lote. Os cupons são
reembolsados pelo preço normal
às concessionárias.
Esse subsídio custa, em média,
R$ 1,2 milhão por mês ao governo. Embora seja vendida uma
média de 50 mil cupons por mês,
a medida não atinge todos os caminhoneiros, segundo Zeitlin.
Transportadores de outros Estados, por exemplo, têm dificuldade em comprar os cupons.
A proposta em estudo prevê
mais acesso ao desconto por meio
de inovações eletrônicas que devem ser implantadas pelas concessionárias, como chips para
usuários pagarem os pedágios.
"Como o público seria muito
maior, o montante (subsidiado)
aumentaria. Mas o Estado não vai
querer bancar isso sozinho", disse
Zeitlin sobre a necessidade de esta
alternativa ser discutida com concessionárias para elas assumirem
parte do custo.
Segundo o secretário, todas as
alternativas em estudo serão discutidas com transportadoras e
concessionárias.
"O governo de São Paulo não
muda contratos unilateralmente,
a menos que haja total intransigência do outro lado."
Não há uma data prevista para
qualquer mudança entrar em vigor. O secretário também não divulga a porcentagem de redução
de tarifa que busca atingir.
Ele disse que considera justa a
reivindicação de reduzir tarifas de
pedágio, pois o setor de transporte de cargas aceitou um aumento
de 100% no preço da tarifa em 95,
quando reivindicava a privatização das estradas.
Concessionárias procuradas
pela Folha, como AutoBan e Via
Norte, não quiseram comentar as
alternativas em estudo para reduzir o preço dos pedágios.
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