São Paulo, Terça-feira, 03 de Agosto de 1999
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SP pode compensar tarifa menor

JOÃO CARLOS SILVA
da Reportagem Local

O governo do Estado de São Paulo pode oferecer compensações às concessionárias para convencê-las a reduzir o preço do pedágio em estradas estaduais para transportadores de cargas.
Uma alternativa que está em estudo na Secretaria de Transportes do Estado prevê a possibilidade de ser aumentado o tempo de concessão para as empresas aceitarem a redução da tarifa.
Ou seja, as empresas perderiam arrecadação com a mudança das regras das tarifas, mas ficariam mais tempo, em relação ao previsto nos contratos que assinaram, com a concessão. Essa alternativa pode derrubar a tese das empresas sobre o risco de a redução de tarifas atingir investimentos.
Outra alternativa em estudo, segundo o secretário dos Transportes, Michael Zeitlin, seria a de facilitar o acesso a descontos já oferecidos a caminhoneiros.
Desde o ano passado, os transportadores têm subsídio, em forma de desconto, de 20% no preço do pedágio ao comprar do governo cupons em lote. Os cupons são reembolsados pelo preço normal às concessionárias.
Esse subsídio custa, em média, R$ 1,2 milhão por mês ao governo. Embora seja vendida uma média de 50 mil cupons por mês, a medida não atinge todos os caminhoneiros, segundo Zeitlin. Transportadores de outros Estados, por exemplo, têm dificuldade em comprar os cupons.
A proposta em estudo prevê mais acesso ao desconto por meio de inovações eletrônicas que devem ser implantadas pelas concessionárias, como chips para usuários pagarem os pedágios.
"Como o público seria muito maior, o montante (subsidiado) aumentaria. Mas o Estado não vai querer bancar isso sozinho", disse Zeitlin sobre a necessidade de esta alternativa ser discutida com concessionárias para elas assumirem parte do custo.
Segundo o secretário, todas as alternativas em estudo serão discutidas com transportadoras e concessionárias.
"O governo de São Paulo não muda contratos unilateralmente, a menos que haja total intransigência do outro lado."
Não há uma data prevista para qualquer mudança entrar em vigor. O secretário também não divulga a porcentagem de redução de tarifa que busca atingir.
Ele disse que considera justa a reivindicação de reduzir tarifas de pedágio, pois o setor de transporte de cargas aceitou um aumento de 100% no preço da tarifa em 95, quando reivindicava a privatização das estradas.
Concessionárias procuradas pela Folha, como AutoBan e Via Norte, não quiseram comentar as alternativas em estudo para reduzir o preço dos pedágios.


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