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PROTESTO
Agricultor diz que ocupará Brasília
"Caminhonaço" quer renegociar dívidas
DANIEL BRAMATTI
RAQUEL ULHÔA
da Sucursal de Brasília
Agricultores pretendem ocupar
a Esplanada dos Ministérios com
cerca de mil caminhões e ônibus
este mês. O objetivo do "caminhonaço", como os organizadores estão chamando o movimento, é pressionar o governo a renegociar as dívidas do setor agrícola.
A marcha chegará a Brasília no
dia 16, menos de um mês após a
greve dos caminhoneiros, que paralisou rodovias por quatro dias.
As principais reivindicações são
o perdão de 40% das dívidas e o
alongamento do prazo de pagamento para 20 anos, com juros
subsidiados de 3% ao ano. Além
disso, os agricultores não querem
comprometer mais de 4% de sua
renda bruta com o pagamento de
dívidas.
Os benefícios, segundo os organizadores, devem valer para todos os agricultores -inclusive os
que, em 1995, renegociaram as dívidas inferiores a R$ 200 mil.
"O governo não deu R$ 60 bilhões para os bancos estaduais,
que não produzem nem parafuso? Como é que não vai resolver o
problema de quem contribui com
40% do PIB (Produto Interno
Bruto)?", questionou o senador
Blairo Maggi (sem partido-MT),
o maior produtor de soja do país.
Maggi, um dos defensores do
movimento, será diretamente beneficiado se o governo ceder às
reivindicações. "Não interessa se
é pequeno ou grande produtor.
Ninguém pode ser discriminado", afirmou.
A CNA (Confederação Nacional
da Agricultura), uma das entidades que organiza o "caminhonaço", prevê que cerca de mil caminhões e ônibus devem chegar a
Brasília em dois comboios -um
das regiões Sul e Sudeste e outro
da região Centro-Oeste.
Em 1995, um movimento semelhante obrigou o governo a renegociar as dívidas inferiores a R$
200 mil. Os endividados ganharam prazo de dez anos para pagar
e juros de 3% ao ano. Ainda assim, a inadimplência tem sido elevada.
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